Rebelião no Compaj deixa 15 detentos mortos, diz Seap

A rebelião deste domingo (26) no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), no quilômetro 8 da BR-174, deixou 15 presidiários mortos, informou a Secretaria de Administração Penitenciária (Seap).

O motim iniciou no pavilhão 3 da unidade e se estendeu até a área 5. O motivo foi uma briga entre facções rivais. O Grupo de Intervenção Penitenciária (GIP) e o Comando de Policiamento Especial (Choque) estiveram na unidade prisional e logo controlaram a situação.

Os 15 detentos mortos eram do regime fechado, sendo dez do pavilhão 5 e cinco do
pavilhão 3.

O pavilhão 5 chegou a ser isolado. O chamado “Seguro”, onde estão os líderes das facções, também foi preservado.

Veja a lista com os nomes dos detentos mortos:

Natan Serrão Pereira
Francisco de Assis Marcelo da Silva
Leonardo Queiroz Campelo
Hiel Lucas Miranda Silva
Pedro Paulo Xavier
Rodrigo Oliveira Pimentel
Fernando dos Santos Ferreira
Erick Wesley Martins Mendes
Naelson Picanço de Oliveira
Igor Peres de Oliveira
Elison de Oliveira Pena
Edney Sandro Sabóia de Vasconcelos
Cleison Silva do Nascimento
Antônio Xavier da Silva Camargo Filho
Ancelmo Pereira dos Santos

Massacre

No dia 1º de janeiro de 2017, o Compaj foi palco da maior chacina entre presos do sistema prisional do Amazonas e do Brasil, com a morte de 56 presidiários, alguns decapitados.

Foto: MP-AM

A rebelião começou exatamente às 15h59, quando alguns detentos que estavam custodiados no Pavilhão 3, onde estavam os comandantes da facção criminosa Família do Norte (FDN), renderam os agentes de socialização.

Houve intensa movimentação dos presos no Compaj, logo após o horário de visitas de familiares. Após renderem agentes, os internos trocaram tiros com a guarnição da Polícia Militar (PM) que estava na Portaria 3 do presídio para ter acesso a todos os presos de uma área chamada “Seguro”.

No local, ficavam os detentos considerados vulneráveis e 26 detentos da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC). Desse local, foram mortos 23 presos do PCC. Foi um extermínio de uma facção contra a outra rival.

Denúncia

Ao todo, 213 detentos foram denunciados pelo Ministério Público do Amazonas (MP-AM) por participação no massacre. Conforme a denúncia, em dado momento, o comando da FDN, em represália, ou para se afirmar como facção dominante no presídio, entendeu que devia exterminar a concorrência, o PCC, dentro do Compaj.

Esse entendimento da FDN partiu da cúpula da organização e, a partir daí, ocorreu a troca de informações entre os líderes e se decidiu pelo extermínio.

De acordo com o MP-AM, a esposa de um dos líderes da FDN, José Roberto Fernandes Barbosa (o ‘Zé Roberto da Compensa’), Luciane Albuquerque de Lima, foi a emissária da ordem, transmitida por escrito e lida no presídio diante das lideranças internas. A ordem foi colocada em prática no dia 1º de janeiro de 2017.

Reportagem: David Batista

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