O Ministério da Educação (MEC) informou na manhã de hoje (26) que será enviada uma mensagem às escolas com uma nova carta do ministro Ricardo Vélez, sem o slogan da campanha presidencial. Segundo a nota do MEC, a gravação da execução do Hino Nacional deve ser precedida de autorização legal da pessoa filmada ou de seu responsável. Diz ainda que as imagens serão selecionadas “para eventual uso institucional”.
O ministro confirmou que a mensagem foi alterada e que o slogan não consta mais na carta. “Eu percebi o erro e tirei essa frase. Tirei a parte correspondente a filmar sem autorização dos pais”, disse o ministro, acrescentando que se algo for publicado será com a autorização dos responsáveis.
Ontem (25), em nota, o MEC confirmou que enviou mensagem às escolas brasileiras pedindo que fosse lida, voluntariamente, uma carta de Vélez. Além disso, o ministro pediu, caso desejassem, que estudantes, professores e funcionários cantassem o Hino Nacional. Tudo poderia ser gravado e enviado ao MEC e à Secretaria Especial de Comunicação da Presidência da República.
A mensagem do ministro terminava com o slogan de campanha do presidente Jair Bolsonaro: “Brasil acima de tudo. Deus acima de todos!”.
Vélez participa nesta terça-feira de audiência pública no Senado Federal. A audiência começou por volta das 11h30. Vélez chegou ao local com antecedência e falou com jornalistas.
Em nota, o Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed), que reúne os secretários estaduais, disse que a ação “fere não apenas a autonomia dos gestores escolares, mas dos entes da federação. O ambiente escolar deve estar imune a qualquer tipo de ingerência político-partidária”.
Prefeito reage
Ao tomar conhecimento da primeira carta do ministro da Educação, o prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto, reagiu e afirmou que as escolas municipais não iriam seguir a orientação. “Em Manaus, não obrigaremos nossas crianças a serem filmadas, sem autorização dos pais, perfiladas durante o hino nacional e obrigadas a ouvirem slogan de campanha eleitoral. Isso não é patriotismo. É uma patriotada!”, disse em postagem no Facebook.
Depois, ao saber do recuo do ministro Ricardo Vélez, o prefeito fez nova postagem no Facebook, reafirmando que Manaus não seguiria a orientação:
O Ministro da Educação recuou, reconheceu que errou e retirou o pedido de que crianças fossem filmadas perfiladas nas escolas de todo o Brasil, sem autorização dos pais, durante execução do hino nacional e enquanto ouviam uma mensagem com um slogan de campanha eleitoral. O hino nunca foi o problema. Problema é o que queriam fazer desse momento nas escolas. E isso Manaus não faria!
Nós não voltamos atrás, nem retrocedemos na nossa política educacional que dá resultados efetivos. Respeitamos as crianças, as leis e seguimos focados na superação de metas na Educação municipal de nossa cidade. Em seis anos, Manaus saltou na qualidade do ensino e nossos alunos ganharam um sem-número de premiações pelos seus bons desempenhos no aprendizado. Temos exemplos e resultados para compartilhar.
Com informações da Agência Brasil
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