Panavueiro quase mancha a faixa na passagem de Amazonino Mendes para Wilson Lima

Panavueiro quase mancha a faixa

Panavueiro quase mancha a faixa de governador porque Mônica Mendes, chefe da filantropia de Amazonino, armou um tremendo barraco por causa de uma multa que levou

O governador Amazonino Mendes caprichou na cerimônia de passagem da faixa de governador do Amazonas. Queria que o evento marcasse a biografia dele como estadista. Os secretários que saíam e os novos formaram um corredor. Ficaram frente a frente. O cerimonial, que não pode saber de tudo, colocou frente a frente desafetos. A presidente do Fundo de Promoção Social (FPS) Mônica Mendes encarou um dos integrantes do novo governo com fúria. O órgão sob gestão dele havia multado o petshop Maskote, propriedade de Mônica. De repente, cerimonial, compostura, cordialidade e democracia foram mandados às favas. Mônica, apoplética, berrava: “Esse fdp me multou!!!!”. Se não fossem os outros já ex-secretários segurarem, ela teria completado o panavueiro e agredido o desafeto.

 

A multa

O móvel da descompostura, a multa, é, no mínimo, curiosa. O Maskote vendia ração fracionada, sem cumprir dispositivos legais. Não tinha, por exemplo, balança aferida. Nem determinava, na embalagem, o peso do que vendia. Cada um dos pacotes irregulares gerou uma notificação. Ela ainda pode recorrer, administrativamente, tentando reverter o passivo. Mas estava com muita raiva.

 

Prestigiada

Mônica tinha ares de subchefe do Governo do Estado. O cargo dela, até então, vinha sendo ocupado pelas primeiras-damas. E a presidente representava Amazonino em quase todas as cerimônias mais chatas, para as quais o chefe não tinha saco. O prestígio dela era tanto que conseguiu nomear o marido, Oswaldo Said Júnior, secretário estadual de Infraestrutura.

 

Passagem retardada

A explosão de fúria de Mônica transformou o Palácio Rio Negro em barril de pólvora. A explosão só não aconteceu porque um secretário conseguiu segurar a colega.

 

Cara de paisagem

Frente a frente com a chuva de palavrões, o gestor atingido fez cara de paisagem e fingiu conversar com a esposa. Os demais secretários seguiram o exemplo, todos com um olho para ver se Mônica não se soltava.

 

Estadistas

Quando os ânimos foram acalmados, só Deus sabe a quanto custo, Wilson recebeu o sinal verde para chegar. Amazonino deixou o gabinete e foi aguardá-lo na frente do Palácio. A imprensa, que estava do lado de fora, transmitiu ao vivo o cumprimento de ambos. Os dois, esbanjando elegância e democracia, cumprimentaram secretários que entravam e secretários que saíam. Tudo muito bonito. Tudo muito asséptico. Um show de democracia (sqn🥴).

 

Crime ambiental

Amazonino não parou por aí. Passou os últimos meses cultivando um terreno, no KM-060 da rodovia AM-240, a estrada de Balbina. Os secretários sabiam que, para falar com ele, tinham que encarar os 160 quilômetros de carro. Agora, poucos dias depois de ser apeado do Governo do Estado, o ex-governador está sendo acusado de crime ambiental. O advogado Mithan Vasconcelos Correa, segundo o jornal Em Tempo, acusa Amazonino. Ele teria desmatado a área e retirado a madeira, que está pronta para comercialização. Os ministérios públicos Estadual (MPE) e Federal (MPF), demandados por Mithan, abriram investigação.

 

Laranjal

Pior é que, com a acusação de Mithan, que mora em Balbina e conhece a estrada, abriu-se outra frente. O terreno que virou a menina dos olhos de Amazonino pertence a Deusimar Maia da Silva. Este vem a ser irmão de Osimar Maia da Silva, o Trouxa. Trouxa é empreiteiro e ganhou R$ 20 milhões nos 14 meses de Amazonino, segundo o Em Tempo.

 

Muro e represa

O terreno na AM-240 é um paraíso. Tem uma cachoeira linda. Amazonino decidiu dar um empurrãozinho na natureza e construiu muro de gabião para, na queda d’água, desfrutar de uma piscina. O crime ambiental não é o único. Na casa dele anterior, no Tarumã, Amazonino fez um muro de arrimo vistoso. Tão vistoso que o MPF quer saber como o Ipaam, no Governo dele, deu licença ambiental para a obra. Muro, represa, desmatamento e comercialização de madeira ilegal são todos crimes federais.

 

Moradia problemática

Moradia, definitivamente, é um problema para Amazonino. Ele construiu uma casa no Tarumã, em seu segundo governo. Os amigos iam chegando e dando ideias – “faz toda de vidro, põe elevador…”. A obra acabou virando escândalo nacional. Pressionado, Amazonino chegou a pensar em renunciar. Acabou nunca morando e vendendo a casa. O empresário Otávio Ramam comprou uma casa para ele, pré-moldada, na rodovia Manaus-Manacapuru. Os dois se desentenderam a ponto de, em seu último governo, Amazonino mandar desapropriar o terreno. Alegou irregularidades na concessão e abriu um processo que ainda está em andamento. Agora, na casa que se tornou seu novo xodó, foram futricar e descobriram o DNA de Trouxa. Triste sina🤒.

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1 comentário

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  1. Julia Rodrigues disse:

    Quero saber é se vai haver algum reajuste para os servidores da Susam, que estão com os salários mais do que defasados.