A Polícia Federal cumpre mandados de busca, apreensão e prisão nesta quinta-feira (11), em Manaus, relacionados à uma nova fase da Operação Custo Político, que investiga desvio milionário na saúde do Amazonas, um desdobramento dos trabalhos da Maus Caminhos.
Batizada de “Operação Cashback”, investiga a prática de crimes de crimes de peculato, lavagem de capitais e organização criminosa.
Prisões
Os delitos foram praticados por empresários que forneciam produtos e serviços à organização social (pessoa jurídica sem fins lucrativos – ONG), não alcançados na primeira fase da operação Maus Caminhos.
Entre os alvos da “Cashback” estão Murad Aziz, empresário e irmão do senador Omar Aziz, e o advogado Lino Chíxaro, ex-diretor-presidente da Companhia de Gás do Amazonas (Cigás). A PF fez buscas na academia AZ Fitness, no Parque das Laranjeiras, e no condomínio de luxo na Ephigênio Sales.
Mandados
As medidas, 16 mandados de prisão temporária e 40 mandados de busca e apreensão, além de mandados de bloqueios de contas e de sequestro de bens móveis e imóveis, foram expedidas pela Justiça Federal, após manifestação do Ministério Público Federal, e cumpridas por 150 policiais federais.
Apurou-se no inquérito policial que, dentre as fraudes identificadas, o modus operandi utilizado pela organização criminosa para o desvio de recursos públicos, consistia na realização de pagamentos superfaturados em preço e/ou quantidade, com a posterior devolução de parte do valor pago.
Por essa razão, o nome da operação policial faz alusão ao modelo de compras que devolve parte do dinheiro ao consumidor.
Contratos
Apenas em um dos contratos dessas empresas com o Estado do Amazonas, no valor de R$ 552 milhões, foi identificada fraude no valor de R$ 140 milhões.
Fiscalizações e auditorias complementares foram realizadas pelos órgãos técnicos. De acordo com a Receita Federal, existem indícios de fraudes fiscais da ordem de 100 milhões, cujas autuações podem alcançar R$ 75 milhões.
Segundo a CGU, foram identificados desvios de recursos públicos da ordem de R$ 142 milhões. Uma coletiva de imprensa será realizada às 11h na Superintendência da PF, no Amazonas.
Mouhamad
O grupo teria ligação com o empresário e médico Mouhamed Mustafá – dono de uma cooperativa de saúde e apontado como chefe esquema. Conforme a investigação, Mustafá ganhava licitações para prestar serviços em troca de pagamento de propina a políticos e funcionários públicos.
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