Inquérito sobre rede de prostituição infantil é encerrado pela Polícia. Investigações iniciaram em agosto

Delegada Joyce entrou com uma pedido para que a prisão temporária dos suspeitos seja convertida para prisão preventiva

Tendo início em agosto deste ano, o inquérito sobre um esquema de exploração sexual de adolescentes foi encerrado nesta terça-feira (9) pela delegada titular da Delegacia Especializada em Proteção a Criança e ao Adolescente (Depca), Joyce Coelho. No total, quatro pessoas foram indiciadas, sendo uma delas, tia de uma das vítimas.

As investigações iniciaram após o empresário Fabian Neves dos Santos, 37, ser pego em flagrante pela polícia com uma adolescente de 13 anos. A tia da vítima, de 28 anos, também foi presa suspeita de aliciamento. O local onde houve a prisão, foi em um motel no bairro Monte das Oliveira, zona Norte de Manaus.

Além de Fabian e a tia da adolescente, que não teve o nome divulgado, também foram presos o comerciante Raimundo Alves do Vale Filho, 52, e Ana Cássia da Silva Bentes, 23. O primeiro é suspeito de estupro de vulnerável e Ana Cássia é apontada pela polícia como agenciadora.

Segundo as investigações, ao todo, seis adolescentes, com idades de 13 a 14 anos, teriam sido vítimas do esquema de prostituição infantil. As meninas eram escolhidas pelas mulheres para fazer os programas. Das vítimas, cinco eram colegas de escola da primeira jovem abusada e uma morava no mesmo bairro.

Critérios

De acordo com a polícia, os critérios para a escolha das vítimas era que as adolescentes deveriam parecer ter idade menor do que tem, por conta da exigência do abusador. Além disso, as meninas eram da periferia, vulneráveis economicamente, o que facilitou a acesso das agenciadoras por meio de promessas de vantagens para que elas mantivessem relações sexuais em troca de dinheiro.

A delegada Joyce Coelho também apontou que as vítimas recebiam aproximadamente R$100 das agenciadoras. Entretanto, as mulheres cobravam dos abusadores um valor que chegava, algumas vezes, a R$1.500.

Outras promessas também eram feitas além do dinheiro, como aparelhos celulares, por exemplo. Apenas a tia da primeira vítima estava envolvida no esquema. Nenhum outro familiar das jovens participou da rede de prostituição. Porém, ajudaram nas investigações.

Envolvidos

Os quatro suspeitos seguem presos temporariamente no Centro de Detenção Provisória de Manaus (CDP), no quilômetro 8, da rodovia federal BR-174. Eles vão responder pelos crimes de estupro de vulnerável e favorecimento a prostituição. Um pedido para converter a prisão temporária em prisão preventiva foi encaminhado à Justiça. Isso foi solicitado pela delegada para que os mesmos fiquem presos até o dia do julgamento.

Como no celular dos suspeitos foi encontrado fotos das adolescentes sem roupa, isso fere o artigo do Estatuto da Criança, onde é crime vender ou expor à venda de fotografia, vídeo ou outro registro que contenha cena de sexo explícito ou pornográfico envolvendo a criança ou adolescente. A pena de reclusão é de 4 a 8 anos e multa.

Também é prevista a prisão e multa para quem oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir, distribuir, publicar ou divulgar por qualquer meio, inclusive por meio de sistema de informática ou telemático, fotografia, vídeo ou outro registro que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente. Neste caso, a reclusão prevista é de 3 a 6 anos.

Relembre o caso

O empresário Fabian Neves dos Santos foi preso em flagrante dentro de um motel – no bairro Monte das Oliveira, na Zona Norte de Manaus – com uma adolescente de 13 anos. Segundo a polícia, a vítima fazia programa agenciada pela própria tia, que também foi presa pelo crime.

O caso já estava sendo investigado pela Delegacia Especializada em Proteção a Criança e ao Adolescente (DEPCA), quando uma denúncia anônima informou o local para onde os suspeitos levariam a menina.

Equipes da unidade especializada foram até o motel e flagraram o crime. Segundo a polícia, a tia da menina entrava no motel no banco de passageiro, para que a sobrinha não fosse vista.

Ela se mantinha escondida no banheiro durante o programa. O homem pagava entre R$ 500 e R$ 1 mil para a tia da jovem. Os abusos começaram neste ano.

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