Com caso confirmado de poliomielite na Venezuela, AM pode antecipar campanha de vacinação para julho

Campanha pode ser antecipada para julho em razão de um caso de poliomielite confirmado em uma criança na Venezuela. Foto: Divulgação

A Secretaria de Estado de Saúde (Susam) está propondo a antecipação da campanha de vacinação contra a poliomielite no Amazonas, de agosto para o mês de julho.

A medida é preventiva, em função da confirmação de um caso da doença em uma criança na Venezuela, o que desencadeou investigações sobre um surto naquele país.

Migração

As autoridades sanitárias locais estão preocupadas com a reintrodução do vírus no Estado, da mesma forma como aconteceu com o sarampo, diante da migração de venezuelanos que entram no Brasil por Roraima e chegam à capital amazonense, para escapar da crise política e econômica no país vizinho.

Técnicos da Susam e da Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas (FVS-AM) estão concluindo o planejamento estratégico que será apresentado ao Ministério da Saúde (MS), com foco na intensificação da vacinação de rotina contra a poliomielite e na antecipação da campanha nacional de imunização.

Além disso, a intensificação do trabalho de vigilância epidemiológica para identificar casos de pacientes com Paralisia Flácida Aguda (PFA), quadro característico da poliomielite, popularmente conhecida como paralisia infantil.

Atenção

A situação, segundo o diretor presidente da FVS, médico infectologista Bernardino Albuquerque, exige atenção do serviço de saúde.

Desde 1989, não há registro de poliomielite no Estado e no Brasil, considerado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como país livre da doença, desde 1994. “Há quase trinta anos, a doença está erradicada no País”, informou.

Bernardino destaca que a vacina contra pólio encontra-se disponibilizada durante todo o ano nas unidades básicas de saúde da capital e interior e que, anualmente, o Ministério da Saúde instituiu a Campanha Nacional de atualização da caderneta de vacinação em todo o País, quando é intensificada a vacinação contra a pólio.

Além da poliomielite, o foco da campanha no Estado vai reforçar a prevenção ao sarampo. “A proposta é deflagrar a campanha e antecipar a atualização da caderneta de vacinação no Estado”.

Nota técnica

Segundo Bernardino, as áreas técnicas da vigilância e de atenção básica estão elaborando a nota técnica com a orientação para os serviços de saúde.

A FVS, através do Programa Nacional de Imunização (PNI) no Estado, está fazendo o levantamento do déficit de crianças não vacinadas nos últimos anos para cada município com a finalidade de complementar os estoques e melhorar a cobertura.

Cobertura

A meta no Estado é alcançar os 95% de cobertura vacinal definidos pelo MS no caso da poliomielite. “Hoje, estamos com 70,7%. Temos que resgatar essa população residual de 24,7% que não está vacinada e incluir os nascidos vivos do ano passado para cá. Estamos levantando junto com o Ministério da Saúde qual é essa quantidade, para saber se há necessidade de complementar os estoques. Hoje, temos vacina suficiente em estoque para o esquema de rotina”, explicou.

Esquema de vacina

O público alvo da campanha contra a pólio são as crianças. A imunização completa se dá em três doses. “Os pais devem levar seus filhos aos postos de saúde para iniciar o esquema vacinal, com a primeira dose aos dois meses de vida, a segunda aos quatro meses e a terceira aos seis meses”, detalha. Além disso, complementa, são necessárias doses de reforços que acontecem em crianças com 15 meses e a última aos 4 anos de idade.

Paralisia infantil

Também chamada de pólio ou paralisia infantil, a poliomielite é uma doença infectocontagiosa, provocada pelo poliovírus. É mais frequente em crianças menores de 4 anos, mas pode atingir os adultos.

Na maioria das vezes, o infectado apresenta poucos sintomas, parecidos com os da gripe, febre e dor de garganta, além de infecções gastrintestinais.

Apenas 1% dos infectados pelo vírus pode desenvolver a forma paralítica da doença, com risco de sequelas permanentes. A pólio causa insuficiência respiratória e, em alguns casos, pode levar à morte.

A paralisia, em geral, se manifesta em apenas um dos membros inferiores. O paciente perde a força muscular e os reflexos, com manutenção da sensibilidade no membro atingido.

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