Denúncias de abandono e ameaças a idosos marcam atendimento da Defensoria Pública no Parque Dez

Casal de idosos esteve no posto da Defensoria para tentar equacionar situação vivida com a filha usuária de drogas. Foto: Divulgação

Aos 78 anos, mãe de 14 filhos, dona Amélia* (nome fictício), procurou o posto da Defensoria Itinerante da Defensoria Pública do Estado do Amazonas (DPE-AM) para pedir ajuda, pois não recebe de nenhum dos filhos qualquer tipo de apoio, além do recebimento da aposentadoria no banco.

“Não tenho condições para ir no supermercado fazer compras e os dois netos que crio não conseguem me ajudar”, disse ela, no atendimento no Centro Integrado de Proteção e Defesa da Pessoa Idosa.

Dona Amélia foi uma das 27 pessoas atendidas nesta terça-feira (12), no último dia do evento em comemoração ao Dia Mundial de Conscientização e Combate à Violência contra a Pessoa Idosa, ocorrido na sede do Centro Integrado, onde funciona também a Delegacia Especializada em Crimes Contra a Pessoa Idosa (DECCI), no bairro Parque Dez, zona Centro-Sul.

Ela conta que cria dois netos, de 17 e 14 anos, mas eles não conseguem fazer as compras que necessita, e por isso, reclama do abandono dos filhos.

Assistência

“Nenhum deles tem coragem de ir me dar uma xícara de café”, lamentou a idosa, que mora no bairro Campos Sales, zona Norte, onde há um elevado índice de violência, fator de preocupação dela, que espera por uma providência para obrigar os filhos a dar uma assistência maior a ela.

Quem procurou o posto da Defensoria Itinerante também foi um casal, ele com 76 e ela com 72. O motivo é a perturbação causada por uma filha usuária de drogas que está transformando a vida deles num inferno, pois tem surtos e fica agressiva.

Após fugir da internação em uma clínica de tratamento, paga pelos dez irmãos, ela voltou para casa e, mesmo prometendo sossego aos idosos, não recebe mais crédito. “Alguém precisa nos ajudar e tirar ela de lá, porque quando ela usa drogas fica violenta demais e não temos como nos defender”, disse a idosa, acompanhada do filho mais novo.

Emissão de documentos

Também entre os atendimentos feitos pela Defensoria Itinerante, houve muitos casos como dona Etelvina Santos de Souza, 75, que conseguiu retirar a segunda via da Carteira de Identidade. “Tive muita dificuldade para tirar a segunda via, mas este serviço me ajudou a resolver o problema” explicou a idosa.

Os assistidos receberam as orientações necessárias para suas demandas. Os nomes foram trocados para proteger a identidade dos denunciantes.

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