Condenado pelo assassinato de delegado, xerife da FDN receberia pacotes lançados pela muralha do Ipat

Após a apreensão de pacotes com armas, drogas e celulares arremessados pela muralha do Instituto Penal Antônio Trindade (Ipat), na última sexta-feira (1), a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap) e a Polícia Militar realizaram uma revista na unidade prisional, no sábado (2), que terminou com a retirada de três armas de fogo, dezenas de celulares e objetos ilícitos.

E o sistema prisional identificou pelo menos três detentos do Ipat, localizado no KM 8 da BR-174, que receberiam os 15 pacotes arremessados pela muralha.

Detentos

Diego Bruno de Souza Moldes, o “Diego Nariz”, Fábio Queiroz Ferreira, vulgo “Olho de Boneca”, e Francisco Wandeilson Braga Araújo, o “Tipão”, integrantes da facção criminosa Família do Norte (FDN) seriam os “donos” dos pacotes.

“Diego Nariz” é apontado como um dos xerifes da FDN, e mesmo preso chefiava o tráfico na zona Sul. Ele foi condenado a 25 anos e 11 meses de prisão pelo assassinato do delegado da Polícia Civil, Oscar Cardoso. O crime ocorreu em 2014. A sentença foi proferida no dia 14 de abril.

O narcotraficante João Pinto Carioca, o João Branco, foi condenado a 30 anos e 2 meses de prisão, em regime fechado, pelo mesmo crime.

Armas e celulares

Dos 15 pacotes, quatro foram interceptados por PMs que atuam na muralha e agentes de socialização da empresa Umanizzare Gestão Prisional. Entre os materiais apreendidos foram registradas duas armas de fogo, sendo um revólver calibre 38 e uma pistola, sete aparelhos celulares e quatro chips.

Segundo o secretário de Estado de Administração Penitenciária, coronel Cleitman Coelho, a operação de fiscalização com o apoio de policiais do Comando de Policiamento Especializado (CPE), foi uma medida de segurança para retirar o material que foi arremessado da área externa para os internos do Ipat.

Revistados

Todos os três pavilhões da unidade foram revistados por um efetivo de 144 pessoas, entre servidores da Seap, policiais militares do CPE e agentes da Umanizzare.

Foram apreendidos 56 trouxinhas de maconha, uma porção grande de maconha, 39 aparelhos celulares, 25 terezas (cordas improvisadas com lençóis), 21 estoques, 20 carregadores, 8 baterias de celulares, 6 facas artesanais e 6 marteletes.

Os internos permanecem na tranca, como medida de segurança. Os detentos das celas onde os ilícitos foram encontrados irão passar por conselho disciplinar, que irá apurar a transgressão e aplicar sanções disciplinares nos presos, que podem resultar em isolamento e inclusão da ocorrência na certidão carcerária dos mesmos.