Presidente do Naça contrapõe nota dos atletas e anuncia licença temporária

A posição do presidente ocorreu após deflagração de greve em nota emitida pelos jogadores, comissão técnica e alguns funcionários do clube. Foto: Divulgação

O presidente do Nacional Futebol Clube, Roberto Peggy, anunciou, em coletiva de imprensa realizada na tarde desta quarta-feira (30), que deixará seu cargo no clube diante de duas condições: O Nacional avançar as oitavas e a apresentação de um substituto ao cargo, com as garantias financeiras necessárias ao momento para dispor ao clube, isso, desde que o vice também não assuma após a saída do presidente. O NAÇA encara o Altos-PI, no próximo domingo (03), fora de casa. O jogo da volta será dia 10.

A posição do presidente ocorreu após deflagração de greve em nota emitida pelos jogadores, comissão técnica e alguns funcionários do clube. Peggy também revela que estará de licença do cargo por 10 dias, a partir desta quinta-feira (01), por compromissos profissionais. Neste período, o vice-presidente do clube, Francisco Esteves, assume o cargo interinamente.

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A coletiva de imprensa teve como objetivo, além da possibilidade de renúncia, as declarações do presidente contrapondo a nota de esclarecimento dos atletas que afirmam que o presidente não cumpre com sua palavra, citam três meses de atraso, ausência das suas funções no salário atrasado e pedem sua saída.

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NOTA DE ESCLARECIMENTO

Nós, jogadores, comissão técnica e funcionários do Nacional Futebol Clube, viemos a público prestar esclarecimentos sobre as notícias veiculadas referente à greve instalada no Clube, onde está relatado à imprensa e ao público em geral, a relação de salários atrasados dos jogadores e que algumas pessoas estariam potencializando a crise presente no Clube.

Queremos expor que, inicialmente, não tínhamos intenção alguma de paralisar e fazer algum tipo de manifestação ou greve por conta desta situação, mas, diante de tantas promessas de pagamento dos salários atrasados por parte do Presidente do Nacional FC, Roberto Peggy, o não cumprimento destas promessas e, na maioria das vezes, o próprio presidente se ausentar, sem dar nenhuma justificativa sobre o referido assunto, não tivemos outra alternativa a não ser mostrar a todos a realidade que hoje passamos dentro da instituição Nacional Futebol Clube.

Realidade essa, que SIM, consideramos os 03 (três) meses de salários atrasados, visto que, a folha de pagamento para concretizar os meses relatados, se finda amanhã, dia 31 de maio de 2018. A pendência afirmada sobre os direitos de imagem do mês de março/2018, para alguns atletas essa dívida chega a 80% (oitenta por cento) do salário, juntamente com o mês de abril/2018 e maio/2018 fechando assim a inadimplência com os jogadores. No caso da comissão técnica e alguns funcionários, a pendência de salários atrasados será de dois meses. Sendo que a Lei 9.615/98 (Lei Pelé), em seu Artigo 31, nos daria direito a partir do dia 01/06, a reincidir o contrato diante da situação instalada. Deixando claro que não é essa alternativa que queremos usar.

Queremos ressaltar também, que alguns atletas reincidentes do ano passado, que aceitaram voltar para o Clube nesta temporada, através de acordos, não estão recebendo as partes que foram acordadas entre eles e o presidente e nem os salários atuais. Diante disso, o presidente não nos traz estabilidade e confiança que tudo será resolvido. Portanto, pedimos encarecidamente à presidência e aos envolvidos que não estão conseguindo arcar com as obrigações do Clube, que solucionem os problemas ou tenham a humildade de permitir que o clube seja assumido por quem está disposto a isso.

Até aqui tivemos compromisso e honramos com muita dedicação a essa instituição Nacional Futebol Clube pela qual temos muito respeito a sua história e tradição. Esperamos que tudo isso seja resolvido da melhor forma e o mais breve possível. Lembrando que somos pessoas comuns, com a necessidade do pagamento de seus salários, assim como todo trabalhador, temos que honrar com nossos compromissos e o sustento de nossas famílias.

Manaus, 30 de maio de 2018.

De acordo com o presidente, ele nunca, em momento algum, comprometeu sua palavra ou afirmou que em determinado dia o pagamento estaria quitado. Ele conta que sempre expunha que estava buscando meios para solucionar o problema do atraso salarial.

“Eu nunca afirmei um dia exato para pagar os salários atrasados. Sempre garantia que estava buscando recursos para quitar essa dívida, mas todos aqui sabem que nunca citei um dia exato para pagar, pois dependo de outras pessoas e empresas. Eu fiz isso no ano passado, cometi esse erro, de repassar que me eram prometidos, mas esse ano não. Sei que não depende somente de mim”, afirma.

Outro ponto contestado pelo mandatário é quanto a sua ausência no Centro de Treinamento ou de posicionamento dele quanto à situação.

“O cargo que assumo no Nacional Futebol Clube é sem renumeração, logo, tenho meus compromissos profissionais, no entanto, nunca em momento algum me escusei de estar no Nacional. Inclusive, sempre que solicitado estive presente. No caso da greve dos jogadores, fui pego de surpresa, pois não fui comunicado nem se quer para negociar ou ouvi-los”, garante.

Peggy também ressalta que, ao contrário do que afirma a nota dos jogadores, o clube não deve três meses de salário atrasado.

“Essa informação não procede, o que devemos são: R$ 27 mil, referente a somente direito de imagem que venceu no dia 05 de abril, mais a folha total de abril no valor de R$ 93.540,93 que venceu no dia 07 de maio e o salário dos funcionários do clube”, revelou.

O presidente destaca que não tem problema pessoal com nenhum jogador e que respeita a opção deles aderirem à greve, uma vez que o clube realmente deve os atletas.

“Hoje não temos como sanar essa dívida e é um direito deles cruzarem os brações e aderirem à greve, infelizmente. Nós continuamos em busca de solução, mas se chegar alguém que tenha como sanar essa dívida que apareça. Jamais recusarei ajuda, pois estamos precisando”, finaliza.

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