Caminhoneiros protestam contra alta do diesel no Distrito Industrial. Veja fotos

Foto: Arquivo Pessoal

Caminhoneiros fecharam parcialmente a via que dá acesso para as distribuidoras de combustíveis no Distrito Industrial, zona Sul da capital amazonense, no início da manhã desta quinta-feira (24), por conta dos constantes aumentos do preço do diesel. Eles protestam em várias cidades do Brasil. Este é o segundo ato realizado pela categoria em Manaus, nesta semana.

A concentração é na Estrada do Marapatá e começou logo cedo, por volta das 5h. A via da  é o único acesso terrestre de três distribuidoras de combustíveis privadas e da Base de Manaus da Petrobras Distribuidora. Os caminhoneiros pararam as carretas na estrada e passaram a bloquear o tráfego de veículos de grande porte. Os manifestantes usam três carretas na pista e outros seis carros pequenos para bloquear parcialmente a pista, impedindo somente a passagem de caminhões.

Foto: Arquivo Pessoal

Uma fila de veículos que transporta madeira, cimento e combustíveis – incluindo alguns destinados ao abastecimento de aeronaves – se formou na estrada devido ao bloqueio. O protesto não tem ligação com entidade sindical. O grupo afirma que o ato é autônomo.

De acordo com os manifestantes, a redução do preço do diesel anunciado na quarta-feira (23) é insignificante e não representa uma queda real no valor do combustível.

Foto: Arquivo Pessoal

Equipes da Polícia Militar (PM) monitoram o protesto e agentes do Manaustrans estão no local para organizar o trânsito.

Protestos em Manaus

Os protestos contra alta de combustíveis iniciaram no começo desta semana. Os caminhoneiros afirmam que aumentos inviabilizam o serviço de frete.

Na segunda-feira (21), dezenas de motoristas que atuam por meio de aplicativos de transporte fizeram um protesto na avenida Djalma Batista. O ato também foi realizado para chamar atenção para o aumento do preço do litro da gasolina. A manifestação faz parte de uma mobilização nacional convocada pelas redes sociais.

Foto Arquivo Pessoal

Na terça-feira (22), um grupo de caminhoneiros fez um protesto na BR-174 (Manaus/Boa Vista) contra a alta de impostos e combustíveis.

Manifestações de caminhoneiros entram no quarto dia em todo o país

Os caminhoneiros entraram hoje (24) no quarto dia de manifestações contra o preço elevado dos combustíveis. No Rio de Janeiro, a categoria faz atos de protestos em 14 pontos em cinco rodovias federais que cortam o estado. De acordo com a Polícia Rodoviária Federal, a maioria das manifestações ocorre nos acostamentos, onde os caminhoneiros param os veículos em fila.

Foto: Arquivo Pessoal

Mas, a Via Dutra (BR-116), no km 204, em Seropédica, está apenas com uma faixa liberada, a da esquerda. O tráfego é lento nesse trecho, assim como em Barra Mansa, na altura dos km 267, 269, 274 e 276.

Outros pontos de manifestação são: BR-101 Norte (em Campos, no km 75); BR-101 Niterói-Manilha (Itaboraí, entre kms 296 e 297); BR-493 (Itaboraí, próximo a Trevo da Manilha); BR-393 (em Paraíba do Sul, no km 182; em Volta Redonda, no km 281; e em Barra do Piraí, no km 247); BR-465 (em Nova Iguaçu, no km 17) e BR-116 Rio-Teresópolis (em Guapimirim, no km 104, e, em Teresópolis, no km 54).

A PRF informou que multará qualquer veículo que, deliberadamente, restringir o tráfego. A multa chega a R$ 5.689,40.

Consequências

A paralisação dos caminhoneiros tem provocado desabastecimento de combustíveis e de alimentos em diversos estados. De acordo com o Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis do Município do Rio de Janeiro (Sindcomb), ao menos metade dos postos da capital estará hoje (24) sem algum dos três combustíveis: gasolina, diesel ou etanol. Em alguns postos de Brasília já falta álcool.

População faz fila nos postos de Brasília; combustível começa a faltar

População faz fila nos postos de Brasília; combustível começa a faltar – Marcello Casal jr/Agência Brasil

O problema afeta também a operação dos ônibus. Um levantamento da Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Rio (Fetranspor), por exemplo, calculou que 40% da frota de ônibus não circularam na manhã de ontem por indisponibilidade de combustível. A previsão é que hoje até 70% dos ônibus fiquem na garagem.

Já o Sindicato das Empresas de Ônibus da Cidade do Rio de Janeiro (Rio Ônibus) afirmou que, na capital, quase 30% da frota não circularam ontem. A BRT Rio, que usa os corredores exclusivos de ônibus, informou que hoje haverá redução da frota, por causa do problema de abastecimento de combustível. Com isso, os intervalos vão ter grandes alterações. Algumas estações estão fechadas.

Os produtos comercializados nas Centrais de Abastecimento do Estado do Rio de Janeiro (Ceasa), principal centro de distribuição de hortifrutigranjeiros no estado, tiveram uma grande alta de preços. A batata-inglesa foi o produto com o maior aumento, assim como a batata-doce, cenoura e morango. Nessa quarta-feira, por exemplo, o preço da batata-inglesa lisa (saco de 50 Kg), que custava na média de R$ 74 na semana passada, aumentou para R$ 350 – alta de 373%. Já a batata-inglesa comum (Saco 50 Kg) passou de R$ 64 para R$ 300 (variação de 369%).

Veja também
1 comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. Marco disse:

    Sem caminhão o Brasil para ! Refrão que ecoa desde as paralisações semelhantes na década de 80.