Com veto à antecipação de pagamento para 2019, governador em exercício sanciona lei que reajusta salários dos servidores da saúde

Flávio Pascarelli sanciona lei que garante reajuste aos servidores

Ao lado do secretário da Casa Civil, Arthur Lins, o governador em exercício, Flávio Pascarelli, sanciona a lei que dá reajuste de 10,85% para servidores neste mês. Foto: Clóvis Miranda/Semcom.

O governador em exercício e presidente do Tribunal de Justiça do Estado do Amazonas (TJ-AM), desembargador Flávio Pascarelli, sancionou, na tarde desta sexta-feira (11/05), a Lei 4.596/2018, que aumenta a remuneração dos servidores da saúde do Estado. A reposição salarial para 2018 é de 10,85%, incorporados no salário deste mês de maio. A porcentagem é referente à soma das datas-bases dos anos de 2015 (8,17%) e 2018 (a 2,68%), proposta consensuada na Mesa Estadual de Negociação Permanente do SUS, entre o Governo do Estado e os sindicatos dos servidores da saúde.

Além da reposição salarial, o Governo do Amazonas, que já havia retomado o pagamento do auxílio alimentação em R$ 220, estendendo a todos os servidores, da capital e do interior, está aumentando o benefício para R$ 420, em contracheque, a partir de junho deste ano, conforme decreto publicado em abril pelo governador Amazonino Mendes. A Susam também está retomando o Plano de Cargos, Carreiras e Remuneração dos servidores do setor.

De acordo com o secretário estadual de Saúde, Francisco Deodato, todos os trabalhadores da Secretaria de Estado da Saúde (Susam), incluindo os médicos, terão a reposição salarial de 10,85% ainda neste mês. “A partir da lei sancionada, iremos colocar o artigo primeiro em atividade, imediatamente, para o reajuste de 10,85% a toda a categoria da área da saúde, contemplando os anos de 2018 e mais 2015”, ressaltou o secretário.

Veto parcial

O governador em exercício Flávio Pascarelli vetou, por vício de iniciativa, o artigo segundo da lei, – oriundo de uma emenda parlamentar -, que antecipava para 2019, o pagamento acordado na Mesa de Negociação, das datas-bases de 2016 e 2017. A emenda contraria o que havia sido acordado entre os sindicatos e o Governo do Estado, na Mesa de Negociação, ocasião em que ficou decidido que os pagamentos seriam feitos em  2019 e 2020, respectivamente.

Na mensagem encaminhada à Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas (ALE-AM), nesta sexta-feira, o governador em exercício explica que a alteração inserida no projeto de lei, originalmente encaminhado àquela casa, onerou o orçamento de 2019 em aproximadamente R$ 24,7 milhões, com o pagamento da data-base de 2017 (previsto para ocorrer apenas em 1º de maio de 2020).

O governador reitera que a medida aprovada na ALE-AM infringe o que dispõe o artigo 63, inciso I, da Constituição da República, e artigo 34, inciso I, da Constituição Estadual, que vedam a admissão de emendas que aumentem a despesa prevista, em projetos de lei de iniciativa exclusiva do governador do Estado.

Ainda nesta sexta-feira, na sede do Governo, bairro Compensa II, zona oeste, o governador em exercício Flávio Pascarelli convocou os representares dos sindicatos dos servidores da saúde, membros da Mesa Permanente, para anunciar a sanção da lei, com o veto parcial. A reunião foi conduzida por ele e pelo secretário executivo de Saúde, Orestes de Melo Filho.

Ação 

O secretário chefe da Casa Civil, Artur Lins, informou que, caso os parlamentares derrubem o veto na ALE, a Procuradoria Geral do Estado (PGE) irá entrar com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin), no Tribunal de Justiça do Estado do Amazonas (TJ-AM). “Nós temos esse entendimento de que há essa inconstitucionalidade, em função de que é de reserva do poder executivo o aumento da despesa. Fica a cargo da PGE que seja impetrada uma Ação Direta de Inconstitucionalidade, em relação ao texto do artigo segundo”, comentou.

O secretário ressaltou, ainda, que se for mantido o veto, o Governo do Amazonas enviará uma nova mensagem para a Assembleia, garantido o cumprimento do acordo da reposição salarial dos anos de 2016 e 2017, para os anos de 2019 e 2020, conforme previsto no acordo, durante a Mesa de Negociação. “Se o veto for mantido, vamos ter de privilegiar o que foi decidido na Mesa de Negociação. O governo vai remeter um novo projeto de lei, respeitando o que foi decidido na Mesa de Negociação do SUS”, frisou Artur Lins.

As mensagens com a sanção e veto parcial da lei foram encaminhadas nesta sexta-feira para a ALE-AM.

Comprometimento 

Por determinação do governador Amazonino Mendes, a data-base dos servidores da saúde está sendo cumprida, conforme havia sido acertado com os trabalhadores do setor. Para tanto, a Susam reinstalou a Mesa Estadual de Negociação Permanente do SUS, que não se reunia desde 2015, e por meio da qual as discussões ocorreram, reunindo representantes dos trabalhadores e do Governo. No dia 12 de abril, por consenso, foi fechada a proposta encaminhada à ALE-AM, aprovada integralmente no que foi acordado para 2018, alterando, entretanto, a parte pactuada para 2019.

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