Evandro Melo espera só tornozeleira para deixar cadeia. Irmão do ex-governador Melo, ele disputou poder no governo

O último preso pela operação Custo Político, que apura propina com verbas da saúde no Amazonas, está prestes a deixar a cadeia. Trata-se do irmão do ex-governador José Melo e ex-secretário estadual de Administração, Evandro Melo. Ele pagou a fiança de R$ 190,8 mil. A Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap), afinal, confirmou ao Portal do Marcos Santos que recebeu o alvará de soltura.

Evandro manteve, então, disputa surda com a cunhada, Edilene, pelo comando político dos bastidores do Governo. Melo assistiu a tudo, ora pendendo para um, ora para outro, até que demitiu o irmão. São os meandros dessa disputa, todavia, que constituem o material de trabalho do Ministério Público Federal e da Polícia Federal.

O ex-secretário é réu, assim, com o irmão e a cunhada, na ação penal que surgiu como resultado das fases da operação Maus Caminhos. O trabalho investiga desvios milionários na verba da Saúde Pública do Amazonas. Fala-se, outrossim, em R$ 300 milhões de desvios em propina.

Evandro Melo está preso no Centro de Detenção Provisória Masculino 2, localizado no KM-8 da rodovia BR-174 (Manaus-Boa Vista). O ex-secretário está na detenção desde o dia 9 de fevereiro de 2018. A fiança foi arbitrada pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1) e equivale a 200 salários mínimos (R$ 190, 8 mil).

A decisão do TRF1 determina que Evandro deve comparecer todos os meses ao fórum criminal para assinatura de presença. Ele está proibido de frequentar órgãos públicos e privados, envolvidos com a investigação.

O ex-secretário terá, ainda, prazo de 48 horas para entregar passaporte ao Juízo de Primeiro Grau. Este deverá comunicar às autoridades encarregadas de fiscalizar as saídas do território nacional.

A reportagem entrou em contato com o advogado de Evandro Melo, mas não obteve retorno.

 

Prisões

Evandro Melo foi preso preventivamente, pela primeira vez, no dia 13 de dezembro de 2017. No dia 28 de dezembro teve a prisão domiciliar decretada, mas no dia 31/12 voltou para a prisão. Em janeiro, o ex-secretário recebeu novo benefício de ficar em casa usando tornozeleira eletrônica. Dia 9 de fevereiro, uma nova decisão judicial obrigou Evandro a voltar para a penitenciária.