‘Dessana, Dessana’ conta o mito indígena da criação do mundo no 21º Festival Amazonas de Ópera

Foto: Divulgação

O mito da criação do mundo por meio da visão indígena é contado na ópera “Dessana, Dessana”, que será apresentada neste domingo (29), como parte da programação do 21º Festival Amazonas de Ópera (FAO), a partir das 19h, no Teatro Amazonas. Com libreto dos escritores Márcio Souza e Aldísio Filgueiras e composição de Adelson Santos, a produção conta com elenco inteiramente amazonense.

O FAO 2018 é uma realização do Governo do Amazonas, por meio da Secretaria de Estado de Cultura (SEC), com patrocínio do Bradesco Prime – que celebra 10 anos de parceria com o festival –, incentivo do Ministério da Cultura (Minc) por meio da Lei Rouanet; além do apoio da Agência Amazonense de Desenvolvimento Cultural (AADC) e da Aliança Francesa.

De acordo com o maestro Luiz Fernando Malheiro, diretor artístico do 21º FAO, será a primeira vez que a “Dessana, Dessana” será apresentada no formato de ópera. “A obra teve sua estreia 1975, no Teatro Amazonas, e foi apresentada em 2005, no FAO. Porém, ela foi usada em formato de concerto ou de musical, e nunca como ópera, tendo versões menores apresentadas em outros espaços. Agora, devido aos 21 anos de experiência destes corpos artísticos, ela poderá ser encenada inteiramente com talentos do nosso Estado, o que nos deixa extremamente felizes”, diz o maestro.

O compositor da obra Adelson Santos declarou estar emocionado com a apresentação da ópera que, além da Orquestra Experimental da Amazonas Filarmônica, conta com o Coral do Amazonas e Balé Folclórico do Amazonas.

“É realmente muito emocionante. Derramei lágrimas nos ensaios ao ver como a obra ainda é tocante. Demorei quatro anos para compor após receber esse libreto incrível do Márcio (Souza) e do Aldísio (Filgueiras), que preserva a mítica narrativa desses indígenas que estavam aqui muito antes de nós, e ver a obra no formato ópera é um milagre que eu não esperava este ano”, destaca Adelson.

Além do elenco formado inteiramente por cantores amazonenses, a direção cênica e a cenografia também contam com elementos da nova geração artística do Estado, como Matheus Sabbá e o grafiteiro Raiz, e também nos figurinos, assinados pelo artista Adroaldo Pereira.

“Trabalhar essa obra com essa temática é essencial para voltarmos os olhos para os povos indígenas, algo tão nosso e ao mesmo tempo tão esquecido”, destaca Sabbá. “‘Dessana’ é uma obra muito cênica, que exige bastante do elenco, e realizá-la foi muito desafiador, mas estamos muito felizes com o resultado. Ter uma ópera feita inteiramente pelos talentos do Estado é muito gratificante”, diz o diretor.

“Dessana, Dessana” – Com estreia, em 1975, no Teatro Amazonas, a ópera “Dessana, Dessana” traz ao público a mitologia indígena narrada por meio da personagem Yeba-Beló, “a avó do mundo, a mais velha que o nada”. Além do conflito vivido pela personagem Dessana em pleno caos urbano de Manaus, a obra também apresenta as festas, rituais e trabalhos desenvolvidos pelo povo da etnia. A direção musical e a regência da obra ficarão a cargo do maestro Otávio Simões.

Ficha técnica:

Dessana, narrador do mito – Enrique Bravo, tenor
Yebá-Beló 1 – Tamar Marcelice, soprano
Yebá-Beló 2 – Carol Martins, soprano
Yebá-Beló 3 – Marinete Negrão, mezzo-soprano
Yebá-Beló 4 – Kelly Fernandes, mezzo-soprano
Trovão da Casa-do-Rio – Fabiano Cardoso, tenor
Trovão da Casa-do-Sul – Emanuel Conde, baixo
Trovão da Casa-da-Noite – Miqueias William, tenor
Trovão de Wapuí-Cachoeira – Joubert Junior, barítono
Sulãn-Panlãmin – Juremir Vieira, tenor
Trovão Avô-do-Céu – Moisés Rodrigues, barítono
O Homem Branco – Alberto Corrêa, tenor
A Filha do Trovão – Kátia Freitas, soprano
Boleka – Everaldo Barbosa, tenor

Direção Musical e regência: Otávio Simões

Direção Cênica: Matheus Sabbá

Cenografia: Raiz

Figurinos: Adroaldo Pereira

Desenho De Luz: Fábio Retti

Coreografia: Monique Andrade

Corpos artísticos: Balé Folclórico Do Amazonas, Coral Do Amazonas e Orquestra Experimental da Amazonas Filarmônica

Festival Amazonas de Ópera – Este ano, o Festival contará com a apresentação de cinco óperas:  “Faust”, “Dessana Dessana”, “Florencia en el Amazonas”, “Acis and Galatea” e a estreia mundial “Kawah Ijen (Vulcão azul)”. Os ingressos estão disponíveis na bilheteria do Teatro Amazonas e no site www.aloingressos.com.br, com valores que vão de R$ 5 a R$ 60.

Sobre o Bradesco Cultura – Com mais de 350 projetos patrocinados anualmente, o Bradesco demonstra que acredita que a cultura é um agente transformador da sociedade. O Banco apoia iniciativas que contribuem para a sustentabilidade de manifestações culturais que acontecem de norte a sul do País, reforçando o seu compromisso com a democratização da arte. Com apoio a eventos regionais, museus, feiras, exposições, centros culturais, orquestras, musicais e muitos outros. A instituição tem, ainda, uma plataforma de naming rights com o Teatro Bradesco, que conta com unidades em São Paulo, Belo Horizonte e Rio de Janeiro. Em 2018, já passaram pela Temporada Cultural do Bradesco as exposições Julio Le Parc, Mira Schendel e Hilma af Klint, o espetáculo Bibi Ferreira e o Lollapalooza Brasil. Estão em cartaz os musicais Peter Pan e Ayrton Senna, além de diversas atrações confirmadas ao longo do ano, como os festivais de Parintins, Tiradentes, a festa junina de São João do Caruaru, o São João de Campina Grande, ArtRio, MIMO e MADE, entre outras.

Serviço: 21º FAO apresenta ópera “Dessana, Dessana”

Data/hora: 29 de abril, domingo, às 19h

Local: Teatro Amazonas – Avenida Eduardo Ribeiro, 659, Centro

Entrada: Os ingressos estão disponíveis na bilheteria do Teatro Amazonas e no site www.aloingressos.com.br, com valores que vão de R$ 5 a R$ 60

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