Polícia Federal afirma que ex-secretários do AM recebiam propina mensal de até R$ 133 mil

Os ex-secretários de Estado presos na manhã desta quarta-feira (13), pela Polícia Federal, durante a Operação Custo Político que investiga a prática de corrupção ativa e passiva na gestão de contratos da área de saúde do Governo do Amazonas, recebiam propinas que variavam de R$ 83,5 mil a R$ 133,5 mil por mês, além de benesses como viagens e ingressos para shows. A informação foi confirmada pelos representantes da Controladoria Geral da União (CGU), Polícia Federal e Ministério Público Federal (MPF-AM), durante entrevista coletiva na sede da Superintendência da PF no Amazonas.

O delegado Alexandre Teixeira da Delegacia de Repressão a Corrupção e Crimes Financeiros da PF informou que os ex-secretários tinham a função de facilitar a operacionalização da organização criminosa no âmbito do Poder Executivo. “Pela posição que eles ocupavam, eles  facilitavam os procedimentos e permitiam que não houvesse qualquer tipo de interferência”, disse. Entre as facilidades apontadas estavam a liberação célere de verbas do Fundo Estadual da Saúde para o pagamento dos contratos e facilitação nos processos de licitação.

A Operação Custo Politico é um desdobramento da Maus Caminhos, deflagrada em setembro de 2016 e que apura desvios da saúde de mais de R$ 100 milhões. As investigações abrangeram o período de 2014 a 2016, época da gestão do ex-governador José Melo.

Estão entre as doze pessoas presas, os ex-secretários de Saúde do Estado do Amazonas, os médicos Wilson Alecrim e Pedro Elias, o ex-secretário de Administração e Gestão Evandro Melo, irmão do ex-governador José Melo e o ex-chefe da Casa Civil do Governo, o advogado Raul Zaidan. O ex-secretário de Estado da Fazenda, Afonso Lobo, está na cidade de Humaitá e será levado à Superintendência da Polícia Federal ainda hoje.

A operação recebeu o nome de Custo Político porque era como os chefes da organização criminosa chamavam a propina que era repassada aos agentes públicos.

Além dos ex-secretários Pedro Elias, Wilson Alecrim e Evandro Melo que foram presos preventivamente, houve a prisão do Coronel da PM Aroldo Ribeiro que era o responsável por chefiar os policiais que faziam a segurança dos empresários envolvidos na organização criminosa.

Entre os bens bloqueados está a apreensão de um avião. O delegado Alexandre Teixeira informou que a aeronave é operada pela empresa Rico Linhas Aéreas mas que a propriedade é de uma empresa com sede no Uruguai.

Cento e vinte policiais federais participaram da operação. Os presos serão encaminhados para unidades prisionais do Estado.

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