DEHS apresenta assassino que executou friamente maquiador. Ordem partiu de dentro do presídio, de traficante ligado à FDN

Durante apresentação do assassino do maquiador João Felipe de Oliveira, “Diego Olhão”, foi confirmada a identidade do mandante do crime, o traficante “Sapo”, que está cumprindo pena no Puraquequara. Fotos: Divulgação PC-AM

Diego Sabino de Araújo, 27, conhecido como “Diego Olhão” ou “Coqueirinho”, recebeu a ordem para matar o maquiador e cabeleireiro João Felipe de Oliveira Martins, 22, de dentro do sistema prisional do Amazonas, do traficante José Mateus da Costa Vieira, 28, o “Sapo”, que tem ligações com a facção criminosa Família do Norte (FDN).

A vítima foi assassinada com quatro tiros à queima-roupa, dentro do salão Sempre Bella, no último dia 30 de agosto deste ano. As investigações continuam, uma vez que há outros suspeitos ainda procurados.

O nome de José Mateus, que está preso por homicídio na Unidade Prisional do Puraquequara (UPP), já estava sendo investigado com relação ao crime, a partir de informações da inteligência dos órgãos de segurança, tendo à frente a Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS).

“Sapo” é considerado um preso de alta periculosidade e foi detido em 2015, com 200 quilos de maconha tipo skunk, droga avaliada em mais de R$ 2 milhões, à época. Um dos líderes do tráfico no Mauazinho, zona Leste, ele atua a mando do narcotraficante João Pinto Carioca, o “João Branco”.

Diego Sabino recebeu a missão a partir de ligações feitas de dentro do presídio, segundo informou o titular da DEHS, Juan Valério. “A ordem partiu de dentro do sistema prisional e havia um segundo preso envolvido, que passou para o executor. Diego recebeu uma ligação no dia do crime, com apenas uma frase: ‘O patrão tem uma missão para a gente e estou indo te pegar’”, falou o delegado.

Traficante bastante conhecido da área do Mauazinho, “Sapo” terá mandado de prisão preventiva decretado em relação ao homicídio do maquiador ainda hoje. Juan Valério contou que ele é suspeito de ser mandante do assassinato da irmã de João Felipe, Cristina Martins da Silva, em 2011. No dia do crime, o irmão dela, que tinha 14 anos, estava no local e não foi ferido. Este processo corre em segredo de Justiça.

“Os líderes do tráfico, em geral, não costumam agir sem autorização do comando, que tem à frente o ‘João Branco’. Vamos verificar durante as oitivas com José Mateus se há motivação pessoal no assassinato ou se tem ligações com o tráfico de drogas. Mas aqui fica o recado para todos os vagabundos serão presos onde estiverem escondidos, em qualquer buraco que estejam. Vão ser presos”.

Segundo o delegado, faltam ser identificadas pelo menos mais três pessoas relacionadas ao homicídio. “Foi uma ousadia cometida para cumprir a ordem do chefe. Eles acreditavam na impunidade e tinham uma logística de fuga para o interior, mas com o apoio da população conseguimos localizar os envolvidos. Temos dado a resposta a contento”, falou Juan Valério.

Os presos

Diego foi preso na tarde da última segunda-feira (11), na comunidade Parauá, município de Careiro da Várzea (distante 25 quilômetros de Manaus), durante ação envolvendo policiais civis da DEHS, Delegacia Especializada em Capturas e Polinter (DECP) e 35ª Delegacia Interativa de Polícia (DIP), situada em Careiro da Várzea, município distante 25 quilômetros em linha reta da capital.

Ele foi detido em cumprimento a mandado de prisão preventiva por homicídio qualificado, expedido no dia 1º de setembro deste ano, pela juíza Careen Aguiar Fernandes, no Plantão Criminal. Na manhã da última segunda-feira, Gessica Alves Alho, 24, também envolvida no delito, foi apresentada durante coletiva de imprensa realizada no prédio da DEHS.

A jovem foi presa pelas equipes da DEHS no último sábado, dia 9, na casa onde morava, no conjunto Amazonino Mendes, conhecido como “Mutirão”, no bairro Novo Aleixo, zona Norte da capital. O fato também ocorreu em cumprimento a mandado de prisão temporária expedido no dia 1º de setembro deste ano, pela juíza Careen Aguiar Fernandes, no Plantão Criminal.

Os dois foram identificados após minuciosa análise das imagens captadas por câmeras de segurança instaladas no salão Sempre Bella. Diego possui passagem pela polícia por porte ilegal de arma de fogo de uso permitido e tráfico de drogas. O infrator foi indiciado por homicídio qualificado. Logo após os trâmites legais, ele será conduzido ao Centro de Detenção Provisória Masculino (CDPM), onde irá permanecer à disposição da Justiça.

Géssica foi contratada para servir como “isca”, se passando por uma possível cliente do cabeleireiro para poder entrar no salão com Diego. Ela receberia R$ 500 e usou o verdadeiro nome para agendar um serviço com a vítima.

Géssica, que foi contratada como “isca” para entrar no salão, e Diego, que executou o maquiador

 

“Sapo” foi apontado como mandante da execução do maquiador. Assassino chamado para cometer o crime confirmou seu envolvimento durante interrogatório na DEHS

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