O Governo do Amazonas passou, na Assembleia Legislativa, o reajuste da alíquota do Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) de 17% para 18%. Houve um evidente “cochilo” das lideranças empresariais, principalmente do comércio, o mais atingido. O problema é o efeito cascata: o comerciante vai repassar esse custo para o produto, que, ficando mais caro, terá o consumo reduzido. Com a mercadoria saindo menos, o armazém fica cheio, mais sujeito a perdas por perecimento, furtos etc. Capital de giro parado é mortal para essas empresas, da pequena mercearia ao grande distribuidor. A imposição dessa realidade levou à criação da campanha “Mais Amazonas, menos impostos”, que nesta quarta (21/10) chegou ruidosamente à Assembleia Legislativa. O reajuste ainda não foi sancionado, mas a esperança empresarial reside agora apenas na capacidade de discernimento do governador José Melo – o mesmo que pediu o aumento.
Divisão
A luta contra o reajuste do ICMS não é unânime. Em edição do jornal A Crítica do dia 21 de outubro, o presidente da Câmara dos Dirigentes Lojistas de Manaus (CDLM), Ralph Assayag, declarou que é a favor. Acha que esse 1% faz toda diferença no reequilíbrio das contas estaduais. O vice dele, Ezra Benzion, é contra. Considera “uma irresponsabilidade” a aprovação do reajuste pela Assembleia.
Cenário
O cenário real, enquanto “os homens” discutem, mostra estacionamentos de shoppings perdendo faturamento e lojas vazias. Só o que vem crescendo é o aparecimento de placas com as inscrições vende-se e aluga-se.
Origem
Sabe qual a origem desse reajuste? Um acerto entre governadores e a presidente Dilma Rousseff. A presidente quer abocanhar para o Tesouro Nacional todo o dinheiro de uma futura CPMF. Os Estados, para se “ressarcir”, foram autorizados a fazer esse reajuste. Como a CPMF não saiu e dificilmente sai, não seria o caso de voltar atrás no reajuste aprovado a toque de caixa na Assembleia?
Bola do Coroado
Estão funcionando as alças viárias da Ephigênio Sales e da Rodrigo Otávio, na altura do viaduto Gilberto Mestrinho, na Bola do Coroado. Na Ephigênio acabou o congestionamento. Na Rodrigo Otávio aumentou. É que, no segundo caso, não foi possível ampliar a caixa viária, a rua, por causa do muro do Inpa. Faz enorme diferença.
Vazante
Enquanto o rio Negro, influenciado pelo Solimões, vaza a galope, alguns lagos dos Municípios de Autazes e Careiro Castanho ainda estão cheios. Mas o morador adverte que, a qualquer momento, a rolha desses locais também será retirada e vai secar rapidamente. O El Niño seria responsável por essa loucura. É o mesmo que provoca chuva no Rio Grande do Sul e seca no Amazonas.
Terra caída
Nas margens da calha do Solimões-Amazonas continua o fenômeno das terras caídas. Centenas de metros de barrancos mergulham no rio, de uma hora para outra, levando plantações e até casas. O caboclo tem pavor disso. Especialistas têm dificuldade para conter o furor das águas e, alguns, até para explicá-lo. O caboclo sabe, desde priscas eras, que o panavueiro é provocado pela juventude do rio, ainda em busca do leito definitivo. O Negro, onde ocorre a mesma incidência de chuvas e tem as águas enegrecidas pelo tempo, não tem disso. Onde tem é em nível infinitamente menor.
Caprichoso
Nem prorrogação de mandato e menos ainda a possibilidade de reeleição. O Caprichoso manteve as regras estatutárias relativas a esses dois pontos, na polêmica assembleia de terça-feira (20/10). Passou a troca da palavra “folclórica” para “cultural” no nome jurídico da agremiação, para se adaptar à Lei Rouanet de incentivo cultural.
Bate-boca
Houve empate no destempero dos bate-bocas. Do empresário João Pedro Baranda, com o advogado Afonso Rodrigues. E do juiz Mauro Antony com o advogado Narciso Picanço. Ainda bem que os ânimos serenaram e a prudência se impôs.
Exemplo
Dirigentes dos bumbás precisam entender que são autoridades públicas. Enfrentar eleições com tentativas de dar rasteiras nos adversários, como faz a política tradicional, é péssimo exemplo para as gerações futuras. Presidente de bumbá é quase tão importante quanto prefeito, em Parintins. Verdade que, tanto Joilto Azedo quanto Adelson Albuquerque, têm procurado se colocar à altura disso.
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