Governador obriga Caprichoso a desistir da anulação e noite de chuva do Festival vale. Bumbá não concorreu em vários itens

O governador José Melo, pessoalmente, interveio junto ao presidente do Caprichoso, Joilto Azedo, em reunião realizada na tarde de ontem (27/06), no Bumbódromo, e o levou a desistir do pedido de anulação da primeira noite do Festival Folclórico de Parintins. Um temporal desabou sobre a cidade e o Corpo de Bombeiros proibiu que as alegorias do bumbá, com muitos efeitos à base de energia elétrica, fossem exibidas. Melo, alegando que “os patrocinadores” exigem o julgamento, constrangeu Joilto para que o Caprichoso aceitasse a desistência, mesmo com o bumbá deixando de concorrer em itens como Ritual Indígena (4) e Alegoria (16). O maior patrocinador do Festival é justamente o Governo do Amazonas.

Melo, para escapar do ônus político, emitiu nota por sua assessoria afirmando que “a decisão foi tomada pelo próprio presidente da agremiação, Joilto Azedo, ao desistir do pedido formulado…”. “Ficou acertado que será cumprido o regulamento do Festival, em qualquer circunstância, mesmo que volte a chover, quando caberá ao boi que estiver se apresentando – se achar necessário – solicitar à Comissão Julgadora do Festival, a aplicação do Artigo 16  – que é a interrupção da apresentação, a ser avaliada pelo Corpo de Bombeiros e pelos engenheiros elétricos que trabalham no evento”, diz a nota. Ou seja, se chover sobre o Garantido, hoje (28/06), último dia da festa, o bumbá poderá requerer a anulação que foi negada ao Caprichoso.

Ano passado, quando choveu na noite do dia 29, a última, o Garantido conseguiu anular todas as notas.

O item do regulamento que fala sobre a interrupção pelo bumbá que se apresenta (item 16) foi prejudicado. A decisão de retirar os itens de julgamento da apresentação foi dos Bombeiros, que têm força legal para isso.

Participaram da reunião no Bumbódromo, além de Melo e Joilto, o presidente da Associação Folclórica Boi-Bumbá Garantido, Adelson Albuquerque; secretário de Estado da Cultura, Robério Braga; presidente da Assembleia Legislativa do Amazonas, Josué Neto, e ainda representantes dos patrocinadores e da Rede Calderaro de Comunicação.

O documento que mantém a pontuação do dia 26 foi assinado por todos presentes na reunião com o governador. José Melo elogiou a decisão do presidente do Caprichoso de se curvar à iminente derrota no Festival. “Saúdo a boa decisão dos bois na condução do problema, da mesma forma que ressalto o adequado papel do Governo e da Comissão Organizadora do Festival. É importante destacar, ao mesmo tempo, a palavra dos patrocinadores que enfatizaram a necessidade de haver contagem de pontos numa festa grandiosa como o nosso Festival Folclórico de Parintins”, declarou.

O governador determinou o corte de R$ 2,5 milhões da verba de cada bumbá, transformando a atual gestão estadual na que menos investiu no Festival de Parintins. Os ex-governadores Amazonino Mendes, torcedor declarado do Garantido, Eduardo Braga (Caprichoso), e Omar Aziz (Garantido), jamais intervieram no julgamento da festa.

Com o Bumbódromo molhado, a porta-estandarte Jéssica Tavares escorregou e caiu durante a apresentação, em mais um item prejudicado pela chuva. Foto: Diego Janatã/ free lance

Com o Bumbódromo molhado, a porta-estandarte Jéssica Tavares escorregou e caiu durante a apresentação, em mais um item prejudicado pela chuva. Foto: Diego Janatã/ free lance

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2 comentários

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  1. Wagner Michetti disse:

    Acho extremamente tendencioso seu comentário, vc deveria apurar melhor o assunto antes de publicar fatos inverídicos.
    O jornalismo limpo e profissional deve ter responsabilidade e ética.
    Não tenho preferência por um por outro boi, e esse festival eh grande demais para continuar com esse amadorismo de anular ou não quando querem.
    Por favor seja IMPARCIAL em seus comentários.

  2. henrique disse:

    O povo do caprichoso comprou os jurados