Política: Ou você entende ou você asume a sua escolha (parte 2)

Após uma reviravolta que mais se comparou a um turbilhão no cenário político, em termos  das indicações de candidatos, para as eleições municipais, fiquei motivada a complementar o artigo que  escrevi na semana passada, sobre o mesmo tema.

Cada vez mais fica evidente que, acima de todas as coisas, há o poder ou há um poder como fonte de desejo e de comando. Não basta ser parte do processo, tem que ter o comando.

Nesse contexto, as estratégias, as alianças, os planos e os danos são alinhavados na calada da noite e o elemento surpresa faz o efeito planejado e o resultado esperado. A melhor defesa é o ataque. Não basta ser Político tem que ter  “Espertégia” ou “ Estrateza” (grifo meu).

Nesses movimentos que mais se assemelham ao jogo de  cartas ou de xadrez, onde cada jogada tem um propósito e uma finalidade, nada é por acaso. As peças, ou melhor, os personagens, vão sendo eliminados ou descartados, muitas vezes, sem nem ter tempo de entender o que aconteceu. Como diz a música é um jogo de pedras/cartas marcadas até chegar na jogada final, o xeque-mate ou o flush.

O eleitor, o cidadão, o detentor do verdadeiro poder, que é o voto, fica fora desse tabuleiro, porque, nesse momento do jogo, ele não tem vez, nem voz. Apenas tenta acompanhar da melhor forma, qual será o próximo movimento do Rei e onde ele pode se encaixar, se é que isso é possível ou factível.

No entanto, pior  que a jogada ensaiada é a triste realidade que temos que encarar: a falta de lideranças, a escassez de legítimos representantes, a pouca opção de nomes renomados de políticos que tenham credibilidade e competencia para, em nome do povo, exercer um mandato, e, nessa representação, desenvolver e trabalhar em prol do bem da população.

Esse é o fator crítico da representatividade e da falta de visão dos Governantes num processo de sucessão. O nome do jogo não é transição com planejamento estratégico, o nome do jogo é “pega que o filho é teu”, “segura que a batata está quente”. Aquilo que deveria ser um processo natural de sucessão acaba virando leilão, sorteio, rifa e até mesmo aquela brincadeira de criança, do tipo, “esse quero, esse não quero, esse come na minha mão”.

Nesse complemento, não posso deixar de citar alguns ensinamentos básicos, que o Mestre Sun Tzu, no seu famoso livro A Arte da Guerra, a bíblia da estratégia, que pode ser utilizada, tanto para o bem, quanto para o mal, tanto para a vitória quanto para a derrota, dependendo do Comandante, senão vejamos:

  • “Um comandante deve atacar onde o inimigo está desprevenido e deve utilizar caminhos que, para o inimigo, são inesperados…”
  •  “A invencibilidade está na defesa; a possibilidade de vitória, no ataque. Quem se defende mostra que sua força é inadequada; quem ataca, mostra que ela é abundante.
  • “Estratégia sem tática é o caminho mais lento para a vitória. Tática sem estratégia é o ruído antes da derrota.”
  • “Se você conhece o inimigo e conhece a si mesmo, não precisa temer o resultado de cem batalhas. Se você se conhece, mas não conhece o inimigo, para cada vitória ganha sofrerá também uma derrota. Se você não conhece nem o inimigo, nem a si mesmo, perderá todas as batalhas.”
  • “Lutar e Vencer todas as batalhas não é glória suprema. A glória suprema consiste em quebrar a resistência do inimigo sem lutar”
  • “Quando próximo, finja estar longe; quando longe, finja estar próximo.”
  • “Atacai-o onde não estiver preparado. Executai as vossas investidas somente quando não vos esperar.”
  • “A vitória é o principal objetivo na guerra. Se tardar a ser alcançada, as armas embotam-se e a moral baixa.”
  • “Aquele que é prudente e espera por um inimigo imprudente será vitorioso.”
  • “É de suprema importância atacar a estratégia do inimigo.”

Para concluir, uma última lição nesse front que se avizinha e que tem nos cidadãos, nos eleitores, nas pessoas, o alvo de todos os bombardeios adornados de boas intenções e cura de todos os males, lembre-se sempre: Não é preciso ter olhos abertos para ver o sol, nem é preciso ter ouvidos afiados para ouvir o trovão. Para ser vitorioso você  só precisa ver o que não está visível.(Sun Tzu).

Você é eternamente responsável pelas suas escolhas. Não vale reclamação posterior.

Ozeneide Casanova

Ozeneide Casanova

Ozeneide Casanova Nogueira é advogada e assistente social, com MBA em Gestão de Pessoas (FGV-ISA...

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4 comentários

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  1. Eraldo Boechat disse:

    É… infelizmente nem Sun Tzu entenderia certas coisas, se elas fossem descritas. O Ambiente deveria ser ‘popular’ ao invés de ‘interior’… vamos ficar de olho e avaliar as próximas peças do tabuleiro. Afinal, pelo menos, continua sendo um jogo: sujo ou não… limpo sei que não é… obrigado pelas falas e dicas… “Quando próximo, finja estar longe; quando longe, finja estar próximo.”

  2. ozeneide casanova disse:

    Vamos acompanhando, que acredito ser o nosso papel nesse processo.

  3. Igor Menezes disse:

    Caveira, D. Ozeneide!
    Excelente artigo. E para coroar suas palavras, vale lembrar o que o grande filósofo grego deixou como lição: só sei que nada sei, e o fato de saber disso, me põe em vantagem sobre aqueles que pensam que sabem alguma coisa”. Sucessos sempre.

  4. Rafael C. de Oliveira disse:

    Olá, D.Ozeneide.
    Parabéns pelo seu artigo, a política é um tema/assunto muito ótimo a ser levantado e discutido. Bom, com relação ao parágrafo que você menciona: “O eleitor, o cidadão, o detentor do verdadeiro poder, que é o voto, fica fora desse tabuleiro, porque, nesse momento do jogo, ele não tem vez, nem voz. Apenas tenta acompanhar da melhor forma, qual será o próximo movimento do Rei e onde ele pode se encaixar, se é que isso é possível ou factível.”, baseando-se em cima disso, vale a pena lembrar o que um dos nossos melhores Presidente do Brasil, Getúlio Vargas(1930-1954), dizia. Dizia que política é saber esperar o cavalo passar e também que devemos ter fé, pois não existem esforços inúteis quando empregados em prol do bem comum. Sendo assim, além de acompanhar, acredito devemos fazer um pouco de cobrança também.
    Um forte abraço Ozeneide.