O valor da vida que vale a pena ser vivida

“Como explicar que cruzar os braços é um problema e que a vida dura só um minuto?”. Essa é uma frase e também uma reflexão feita por Oscar Niemeyer sobre o sentido e o significado da vida. Ele, do  alto dos seus 104 anos, tem sabedoria e gratidão para questionar  o valor da vida.

A profundidade e o teor que deve ser incluso nessa reflexão vai depender sempre da visão e da forma de encarar o mundo que cada pessoa tem. Isso na realidade é uma verdade incompleta, primeiro porque nunca pensamos na vida com a idéia de fim e sim de viver, segundo porque viver é melhor que morrer e, terceiro, porque por mais que nos planejemos e programemos, esse nunca será o melhor planejamento de vida que queremos ter excelência.

Stephen Covey fala que temos que preencher quatro dimensões da vida: viver, amar, aprender e deixar um legado.  Viver é o que todos fazem, ou pelo menos sobrevivem. Amar é uma dimensão mais pessoal, e acredito que cada um ama do seu jeito de ser. Aprender é da vida inteira, somos eternos estudantes e essa fonte não se esgotárá nunca. Deixar um legado é da responsabilidade de cada ser humano e da maneira como ele quer ser reconhecido e lembrado como exemplo .

A questão maior é, no entanto, a efemeridade da vida, que alguns dizem dura um minuto, dura um sopro, dura uma eternidade.  Nessa efemeridade, temos que construir  uma trajetória,  onde amor, amizade, família, trabalho, lazer, religião, sucesso,  realizações devem ser contempladas para que o balanço seja equilibrado e atenda não só uma satisfação pessoal, mas  também uma contribuição social que tenha valor e reconhecimento na sociedade e no ambiente de convivência.

Todo dia de hoje torna-se  necessário o aproveitamento intenso e completo do que ele proporciona, porque o dia  de amanhã não nos pertence, não dominamos e não temos nenhuma capacidade de previsão, apesar  de todos os mapas astrais e lunares, dificilmente, o momento de partir será avisado com antecedencia. O mais certo é viver cada dia como se fosse o último, pois o futuro não nos pertence, mesmo que cumpramos todos os ritos, regras e procedimentos. No final, apenas nos restará o poema de Fernando Sabino:

De tudo ficaram três coisas…
A certeza de que estamos começando…
A certeza de que é preciso continuar…
A certeza de que podemos ser interrompidos
antes de terminar…
Façamos da interrupção um caminho novo…
Da queda, um passo de dança…
Do medo, uma escada…
Do sonho, uma ponte…
Da procura, um encontro!

Ozeneide Casanova

Ozeneide Casanova

Ozeneide Casanova Nogueira é advogada e assistente social, com MBA em Gestão de Pessoas (FGV-ISA...

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