O atual poema de Joaquim Osório Duque Estrada é a terceira letra da melodia de Francisco Manuel da Silva. A primeira foi feita por ocasião da abdicação de D.Pedro I e cantada pela primeira vez no dia 13 de abril, festejando a partida da família imperial para Portugal. Essa letra, aliás, ruim e de acerbas críticas aos portugueses, é atribuída a Ovídio saraiva de Carvalho e Silva.
Ignora-se o nome do autor da segunda letra, feita para festejar a coroação de D. Pedro ll, em 1841. Sabe-se, porém, que o autor anônimo fez apenas uma adaptação da primeira letra, para bajular D. Pedro ll.
Como se vê, nem a primeira nem a segunda letras eram dignas da imortal melodia da Francisco Manuel da Silva.
Felizmente, em 1909 o poema de Joaquim Duque Estrada entrou em discussão no Congresso em forma de Projeto de Letra para o Hino Nacional. O poema, porém, que sofreu mais tarde modificações por parte do próprio autor, foi declarado Letra Oficial do Hino nacional somente em 1922, quando o país se preparava para comemorar o centenário de sua independência.
### Texto tirado do Livro HINOS E CANÇÕES DO BRASIL, de AVELINO A. CORREA, pág. 11.
Hino Nacional Brasileiro
Parte I
Ouviram do Ipiranga as margens plácidas
De um povo heróico o brado retumbante,
E o sol da liberdade, em raios fúlgidos,
Brilhou no céu da pátria nesse instante.
Se o penhor dessa igualdade
Conseguimos conquistar com braço forte,
Em teu seio, ó liberdade,
Desafia o nosso peito a própria morte!
Ó Pátria amada,
Idolatrada,
Salve! Salve!
Brasil, um sonho intenso, um raio vívido
De amor e de esperança à terra desce,
Se em teu formoso céu, risonho e límpido,
A imagem do Cruzeiro resplandece.
Gigante pela própria natureza,
És belo, és forte, impávido colosso,
E o teu futuro espelha essa grandeza.
Terra adorada,
Entre outras mil,
És tu, Brasil,
Ó Pátria amada!
Dos filhos deste solo és mãe gentil,
Pátria amada,
Brasil!
Parte II
Deitado eternamente em berço esplêndido,
Ao som do mar e à luz do céu profundo,
Fulguras, ó Brasil, florão da América,
Iluminado ao sol do Novo Mundo!
Do que a terra, mais garrida,
Teus risonhos, lindos campos têm mais flores;
“Nossos bosques têm mais vida”,
“Nossa vida” no teu seio “mais amores.”
Ó Pátria amada,
Idolatrada,
Salve! Salve!
Brasil, de amor eterno seja símbolo
O lábaro que ostentas estrelado,
E diga o verde-louro dessa flâmula
– “Paz no futuro e glória no passado.”
Mas, se ergues da justiça a clava forte,
Verás que um filho teu não foge à luta,
Nem teme, quem te adora, a própria morte.
Terra adorada,
Entre outras mil,
És tu, Brasil,
Ó Pátria amada!
Dos filhos deste solo és mãe gentil,
Pátria amada,
Brasil!
Letra: Joaquim Osório Duque Estrada
Música: Francisco Manuel da Silva
* Colaboração de Francisca Uchôa Souza
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