PF e Receita suspeitam que grandes joalherias podem estar envolvidas em escândalo do ouro

Duas empresas em Manaus foram alvo de mandados de busca e apreensão na Operação Elemento 79, deflagrada hoje pela PF e Receita Federal. Foto: David Batista/ PMS

A Ciala da Amazônia Refinadora de Metais e a Bracont Consultoria Contábil foram as duas empresas alvo da Operação Elemento 79, em Manaus, deflagrada nesta terça-feira (27) pela Polícia Federal e Receita Federal, apurando esquema de comércio ilegal de ouro.

As empresas investigadas movimentaram no período cerca de R$ 30 milhões e burlavam os incentivos fiscais da Zona Franca de Manaus, fraudando o Processo Produtivo Básico (PPB), praticando crime federal.

Cinco presos

Cinco pessoas foram presas durante a Elemento 79, uma no Amazonas e quatro em Minas Gerais. A procuradora do Ministério Público Federal (MPF), Ana Lúcia Haliuc, informou que 15 mandados de busca e apreensão foram cumpridos no Amazonas.

Os nomes dos envolvidos não foram revelados para não atrapalhar investigações em curso.

Falso ouro

A fraude acontecia com a simulação de comércio de ouro, que na verdade era prata fantasiada. O trabalho de investigação começou com cargas apreendidas nos Correios, de material enviado do Sul para a capital amazonense.

A PF e a Receita Federal apuram participação de outras companhias no esquema, incluindo a participação de  grandes joalherias na aquisição de ouro.

Garimpo ilegal

Durante as buscas, foram encontrados elementos que comprovam comercialização de ouro em regiões com alta incidência de garimpo ilegal na Amazônia.

No total, estão sendo cumpridos 48 mandados de busca e apreensão no Amazonas, Minas Gerais, São Paulo, Rondônia e Roraima. Além disso, outros quatro mandados de prisão preventiva, 1 de prisão temporária e 10 medidas substitutivas de prisão preventiva também foram autorizadas pela Justiça.

Investigações

Os principais crimes atribuídos aos alvos da operação são de crime contra o meio ambiente, falsidade ideológica, lavagem de dinheiro, contrabando, descaminho e organização criminosa.

Segundo a PF, as investigações em conjunto com a Receita Federal começaram em junho de 2014, com a análise da movimentação fiscal das mercadorias entre as empresas envolvidas no esquema.

Houve, ainda, análise contábil das operações mercantis das empresas investigadas, análise de demonstrações contábeis obrigatórias, cruzamento de dados no sistema da Receita Federal, e interceptação de mercadorias irregulares encaminhadas via Correios – ação esta controlada com perícia da PF.

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