O Café Joelza, localizado na interseção das avenidas Torquato Tapajós e Arquiteto José Henriques, na Zona Norte, está sendo demolido. A primeira parte da demolição ocorreu no dia 21/12 e a segunda deve acontecer esta semana. A reintegração de posse, feita pelo Governo do Estado, objetiva ceder passagem para o anel viário sul. O Portal do Marcos Santos teve acesso à planta do traçado do trevo que será construído no local. A obra ainda não tem data para ser executada.
O trevo, a ser executado pela Secretaria Estadual de Infraestrutura (Seinfra), foi planejado pela Laghi Engenharia. A fluidez do trânsito será completa, com eliminação dos semáforos hoje existentes. Tanto quem vem da avenida Santos Dumont (rodovia AM-450), a Estrada do Tarumã, quanto da Arquiteto José Henriques.
Café Joelza demolido para passar anel viário
O Café Joelza foi um dos pioneiros de Manaus, na modalidade café regional, abrindo as portas por volta de 1997. Muitos outros foram criados na esteira do sucesso dele. “O nome é o meu, Joel, e de minha esposa, falecida, Elza”, revela Joel Pereira de Almeida, 54, proprietário.
O local foi um dos primeiros a resgatar bijus, doces e tubérculos (cará roxo e cará branco, por exemplo) típicos do Estado. Mas a estrela do cardápio sempre foi o “X Caboquinho”, o sanduíche de pão, com tucumã e queijo coalho. A tapioca recheada com as mais diversas iguarias também figurou entre as mais vendidas.
A localização estratégica do café foi fundamental para o sucesso. Fica justamente na confluência da rodovia que completa a Grande Circular, na Zona Leste, e a Torquato Tapajós. E é ali que o anel viário precisa passar.
O proprietário do extinto Café Joelza conta que foi um milagre o local ter ficado de pé na construção da avenida José Henriques. Contou com a benemerência do governador da época, frequentador assíduo: Amazonino Mendes. “Agora não consegui falar com ele e isso acabou acontecendo”, lamenta.
Joel conta que ele e seus funcionários foram pego de surpresa com a demolição, apesar de rumores que ouvia desde 2014. “Tenho 28 funcionários e estou procurando um ponto para restabelecer meu negócio”, afirma.
Demolição
A ordem de imissão na posse foi dada no dia 19/12. “A indenização foi de R$ 686.250,00, de acordo com técnicos da Suhab (Superintendência de Habitação) depositados em juízo. Perito judicial avaliou as benfeitorias em R$ 756.608,96. Cabe agora ao juiz decidir qual o valor final”, revela Júlio César Assad, procurador do Estado encarregado do caso. O juiz do feito é Márcio Rothier Pinheiro Torres, que vai proferir a sentença com o valor.
Advogados de Joel pediram para exercer o direito de sacar 80% da indenização depositada pelo Estado, dos R$ 686.250,00. O proprietário ainda mora na parte de trás do imóvel, onde tinha residência. O resto foi demolido. Veja os vídeos da primeira parte da demolição.
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Benfeitorias
Joel Pereira de Almeida só teve direito a indenização sobre as benfeitorias porque a área pode vir a ser declarada do Estado. Os estudos são de técnicos da Suhab e da Secretaria Estadual de Política Fundiária (SPF). Tudo vai depender do resultado da ação de usucapião, ajuizado em 2006, onde o Estado é o autor.
A ordem judicial de imissão foi cumprida parcialmente. Joel estava tendo dificuldade em indicar um local para serem transferidas as suas mobílias. Isso agora está solucionado e esta semana o Café Joelza desaparecerá por completo.
Com tantas prioridades na cidade o governo resolve fazer uma intervenção rodoviária numa área que ainda nem é tão crítica e que ainda vai demorar um bom tempo para se saturar. Infelizmente é assim as prioridades sempre ficam em segundo plano.
Ano político. O dinheiro tem que surgir de forma limpa pra reeleger os ficha sujas e martelos com benevolência da justiça com leis ultrapassadas. Realmente existe lugares com maior fluxo de veículos. Mas estamos no Brasil.