Taxistas, “olheiros” e executores formavam quadrilha violenta envolvida na morte de PM e em roubo de R$ 110 mil

Seis homens, entre eles dois taxistas, foram presos após meses de investigação da DRCO e Departamento de Polícia do Interior, que procurava quadrilha envolvida em assaltos, roubos de carros e homicídio de PM. Fotos: Erlon Rodrigues/ PC-AM

Os taxistas João Paulo Ferreira Quaresma, 33, o “Beira”, e Jackson da Costa Caldeira, 30, o “Parazinho”, foram presos com mais três homens, acusados de comandar uma organização criminosa envolvida em assaltos e no latrocínio do policial militar Marcelo Chaves de Souza, 34, no último dia 28.

Os delegados Guilherme Torres, Paulo Benelli e Mateus Moreira, respectivamente, diretor e diretor-adjunto do Departamento de Repressão ao Crime Organizado (DRCO), e diretor do Departamento de Polícia do Interior (DIP), juntamente com o coronel David Brandão, comandante-geral da PM, falaram sobre os cumprimentos de mandados de prisão preventiva por latrocínio e roubo majorado em nome do grupo.

Foram detidos ainda Cristian José Trindade Serra, 26, conhecido como “Bala”; Edercley de Souza Neves, 29, conhecido como “Magrelo”; e Moises Luiz Pereira do Vale, 35, o “Boizinho”.

Além do envolvimento no latrocínio, a quadrilha é suspeita de ter roubado R$ 110 mil de um frigorífico na rua dos Marrecos, comunidade Fazendinha, bairro Cidade de Deus, zona Norte, no dia 30 de outubro.

“Estávamos monitorando a quadrilha há um tempo, bem estruturada e com função bem definida. Uns roubavam carros, outros armas, outros executores. Pegamos a ponta do iceberg e agora foram presos mais seis. O Jander tem cinco condenações por roubo e estava no sistema semiaberto. Falsos taxistas que usavam os veículos para cometer vários crimes”, falou Torres.

As investigações da DRCO levaram seis meses até para prender a quadrilha e produzir farto material para o inquérito, que vai indiciar os envolvidos em pelo menos cinco crimes. “Essa é uma organização criminosa que precisa ser tirada de circulação, por ser de alta periculosidade”, afirmou o delegado.

Prisões

De acordo com Torres, os infratores foram presos pela equipe de investigação do DRCO ontem, em via pública no bairro Jorge Teixeira, zona Leste. Durante interrogatório, o grupo confessou a participação no latrocínio do PM e no roubo.

Com os infratores foram apreendidos quatro táxis, dentre eles, um de marca Toyota, modelo Etios de placas PHN-2041; um modelo Gol de placas PHL-8778; um Fiat Siena de placas OAB-5210, e outro Fiat Siena de placas JXN-2362. Os carros eram usados para praticar os delitos. Durante as diligências também foi apreendido dinheiro e celulares.

Conforme o diretor do DRCO, Jander Rocha de Souza, 39, conhecido como “Porco” ou “Porquinho”, que se apresentou na Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS) no dia 31 de outubro deste ano, e o taxista Jackson eram os líderes da organização criminosa e recrutavam os demais infratores para participarem dos delitos.

“Boizinho”, “Bala” e “Beira” tinham a função de observar a movimentação do local e viabilizar o apoio logístico durante as ações.

Executores

Além deles, Leonardo William Melo Silva, 19, conhecido como “Léo”, Jorge Luis Carvalho Martins, 22, conhecido como “Gordo” e Pablo Yuri Pimentel Rocha, 18, o “Loirinho”, que foram presos pela equipe da Delegacia Especializada em Roubos, Furtos e Defraudações (Derfd) ao longo da última semana, participavam dos crimes e eram os executores da quadrilha.

Em depoimento, Jackson contou que há três meses um ex-presidiário conhecido como “Monstro” já havia tentado roubar o frigorífico, mas não conseguiu e por este motivo passou informações para ele sobre o lugar.

Durante dois meses Jackson acompanhou a rotina da empresa. Na ocasião, o infrator observou que toda as segundas-feiras à tarde os proprietários do estabelecimento realizavam depósitos em dinheiro em uma agência bancária, localizada no bairro Cidade Nova, zona Norte.

Guilherme Torres ressaltou que Jackson chamou Moises, Cristian, Edercley, e dois indivíduos conhecidos como “Bad Boy” e “Cobrinha”, que estão foragidos, para cometer o roubo ao frigorífico. Durante a ação criminosa os infratores utilizaram dois carros, sendo um modelo Voyage na cor prata, e um táxi modelo Etios, apreendidos durante a ação, que pertence à “Bala”.

Vítimas rendidas

No dia do delito, o grupo aguardou os proprietários da empresa saírem do local e no momento em que os mesmos estavam saindo em uma picape, modelo S10, os infratores renderam as vítimas. Na ocasião, Jackson e “Bad Boy” entraram na empresa e “Cobrinha” ficou do lado de fora do estabelecimento.

O titular do DRCO destacou que “Parazinho” estava em posse de uma pistola .9mm, “Bad Boy” de um revólver calibre 38, e “Cobrinha” de um simulacro de arma de fogo. Durante a ação os infratores roubaram as bolsas com os pertences das funcionárias do frigorífico.

Ao longo da prática criminosa, “Parazinho” efetuou um disparo de arma de fogo enquanto subtraía os objetos de dentro dos veículos que estavam na empresa. Já Cristian, Moises, e Edercley ficaram nas proximidades do frigorífico vigiando o movimento.

Os mandados de prisão preventiva por roubo e latrocínio e roubo em nome dos infratores foram expedidos no dia 4 de novembro deste ano, pelo juiz Julião Lemos Sobral Junior, no Plantão Criminal.

O grupo foi indiciado por latrocínio e roubo majorado. Ao término dos procedimentos cabíveis na especializada os infratores serão encaminhados ao Centro de Detenção Provisória Masculino (CDPM), onde irão permanecer à disposição da Justiça.

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