A Eucatur, que detém o maior número de ônibus do transporte coletivo de Manaus, pode parar nos próximos dias. Desde ontem (31/10), a empresa não está abastecendo os veículos de diesel porque a Shell distribuidora cortou o crédito. O abastecimento é diário, embora os carros consigam rodar dois dias com um tanque, para evitar problemas.
“As empresas contam com crédito de 21 dias, das distribuidoras de diesel, para efetuar o pagamento. Mesmo a Eucatur, uma empresa sólida, tem dificuldade de pagar à vista, de uma hora para outra”, disse uma fonte do setor. Segundo essa fonte, o débito referente ao período é de cerca de R$ 3 milhões. Outras distribuidoras também recusam crédito à empresa.
Os proprietários dos ônibus de Manaus cobram o pagamento de R$ 5 milhões, em subsídios, que teriam ficado retidos até março. Querem também que a Prefeitura, no lugar de oferecer vale transporte em dinheiro, compre passes de ônibus.
A Prefeitura, por outro lado, está cobrando 350 ônibus novos, todos com ar-condicionado, que foram prometidos após o reajuste da tarifa para R$ 3,80.
Uma reunião foi realizada segunda (30/10), com o prefeito Arthur Virgílio e o vice Marcos Rotta, para discutir o transporte. Os dirigentes da Eucatur e de outras empresas expuseram o problema e pediram soluções. “O número de passageiros caiu de 16 milhões/mês para 12 milhões/mês. É preciso fiscalizar os ônibus e Kombis clandestinos, motototaxistas ilegais, promovendo mais faixas seletivas (azuis) na cidade”, disse a fonte.
Eucatur
A Eucatur, para manter os ônibus circulando, deve adotar soluções paliativas. Os dirigentes da empresa não esperavam a cobrança do débito com a Shell de uma só vez. As demais empresas, que são menores e continuam abastecendo, vão emprestar parte do diesel.
A Eucatur, com a frota que tem, pode recorrer a empréstimo bancário, mas isso leva alguns dias para fechar. Fala-se até em pequena redução da frota nas linhas servidas pela empresa. Isso causaria o primeiro impacto negativo direto ao usuário de Manaus.
Só mesmo em Manaus que as empresas de ônibus ditam as regras do transporte público. Nossos gestores públicos precisam fazer um Benchmarking em outras capitais para aprenderem como gerir esse serviço.