Dois cabeças da FDN caem na malha internacional e são presos na Colômbia

“Mano Greg” e “Celsinho”, dois narcotraficantes procurados pela Justiça brasileira, foram presos na Colômbia, a partir da lista da Interpol. Eles devem ser extraditados para o Brasil. Foto: Divulgação

Considerada uma “empresa nacional” que trabalha pelo controle nacional do tráfico de drogas, a facção criminosa Família do Norte (FDN) teve mais duas baixas entre suas lideranças.

Segundo fonte da Polícia Federal, os narcotraficantes e procuradores pela Interpol desde 2015, Gregório da Graça Alves, o “Mano Greg”, e Afonso Celso Caldas, o “Celsinho”, foram presos nesta segunda-feira (30), na Colômbia.

A prisão ocorreu numa província perto da capital colombiana Bogotá, por determinação da Fiscalia General de La Nación.

Extradição

“Mano Greg” e “Celsinho” estão foragidos da Justiça brasileira desde ano passado e estavam com os nomes incluídos na lista de procurados da Interpol para fins de extradição pelo crime de tráfico de drogas internacional. Ambos tem mandados de prisão preventiva em aberto na Justiça do Amazonas.

Eles são procurados desde a Operação “La Muralla”, deflagrada em 2015, que desmontou o comando principal da facção criminosa no tráfico internacional na tríplice fronteira entre Brasil, Colômbia e Peru, levando seus principais chefões para atrás das grades.

Um desdobramento da La Muralla apurou ainda a venda de alvarás de solturas e prisões domiciliares para traficantes no Amazonas, terminando no afastamento da desembargadora Encarnação das Graças Sampaio Salgado de suas funções do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM).

O Brasil tem tratado de extradição assinado com a Colômbia (Decreto nº 6.330/1940) e, em geral, em extradições o processo de cooperação até a chegada de procurados no País é realizado pelo Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional da Secretaria Nacional de Justiça e Cidadania (DRCI/SNJ), do Ministério da Justiça e Cidadania, em parceria com o Ministério das Relações Exteriores, a Polícia Federal/Interpol e também com o auxílio da Polícia Federal brasileira na Colômbia.

De assassinatos a chacina

A FDN é envolvida em uma série de assassinatos, massacre em presídios do Amazonas, roubos e tráfico de drogas. As informações fazem parte do processo, que corre em segredo de Justiça e tem denúncia do Ministério Público Federal (MPF).

A quantia aprendida durante a operação somou mais de R$ 1 milhão em espécie. Além do montante, joias e 25 automóveis foram apreendidos em posse de diferentes alvos. Na época, 90 mandados de prisão foram cumpridos.

Foragido desde 2015, justamente após ter a prisão preventiva transformada em prisão domiciliar pela desembargadora Encarnação, “Mano Greg” teve o pedido atendido alegando ser portador do vírus HIV e hepatite.

“Celsinho” é foragido do Compaj desde 2016 e era o homem de logística, transporte e distribuição de droga da FDN, levando grandes volumes de carga de cocaína. A PF não confirmou se há pedido de extradição dos narcotraficantes para o Brasil.

Ele foi peso pelo Departamento de Repressão ao Crime Organizado (DRCO) com 70 quilos de cocaína pura, avaliada em R$ 1 milhão. Celso fugiu junto com outros 39 detentos, por um túnel de 11 metros, entre eles o colombiano Nelson Gaviria Florez, o “El Diablo” ou “Capupa”, preso em 2008 com 678 kg de cocaína, e em 2014 com mais de US$ 300 mil, em uma embarcação na calha do rio Negro.

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