Amazonino fica chocado com primeira análise da situação da saúde no Estado

Segundo dados do MP-AM, fila da saúde tem 60 mil pessoas à espera de simples consulta na rede pública estadual. Foto: Arquivo

Em plena fase de transição para assumir o Poder Executivo, o governador eleito Amazonino Mendes (PDT) usou suas redes sociais neste domingo (24) para dizer que está “chocado com os números da saúde: são mais de 60 mil amazonenses na fila por consultas e cirurgias”.

Amazonino classificou a situação como de catástrofe, e que vai além da área da saúde, apesar de ser uma pasta fundamental. “É necessário reconstruir o Amazonas com muita seriedade e sem politicalha. Teremos que multiplicar esforços para aliviar a dor destas pessoas praticamente abandonadas pelo atual governo”.

Os números a que se refere o governador eleito foram informados pelo Ministério Público Estadual (MP-AM), que deve pedir o afastamento do diretor da Fundação Hospital Adriano Jorge, que hoje tem uma das maiores listas de espera por serviços de cirurgia do Estado: são 2.372 pacientes na fila. Ao todo, quase 11 mil pessoas aguardam por um procedimento cirúrgico em unidades estaduais.

E para piorar o quadro, existem 52.769 amazonenses que ainda não conseguiram marcar uma simples consulta médica na rede pública do Estado. Conforme dados do MP-AM, a gestão é omissa e não há um plano para realizar ou reduzir as filas, sem contar os inúmeros cancelamentos de procedimentos eletivos.

O Ministério Público irá acionar o Departamento Nacional de Auditoria do Sistema Único de Saúde (Denasus) para apurar possíveis irregularidades na unidade, além de solicitar instauração de processo administrativo contra o diretor.

Inspeção

Na última terça-feira, o Adriano Jorge passou por inspeção e o diretor, Alexandre Bichara, não estava presente. Foram encontradas diversas irregularidades, como divergências quanto ao médico que avalia paciente e o que vai fazer a operação até leitos ociosos, apesar da grande procura pela unidade.

No início do mês, o Ministério Público Federal no Amazonas (MPF-AM) informou apurar possíveis irregularidades apontadas em auditoria pelo Denasus na saúde, apontando emprego de recursos destinados ao setor usados fora do seu objeto e pagamentos realizados sem comprovação dos serviços prestados.

As instaurações de inquéritos civis, antes Procedimentos Preparatórios, foram assinadas pelo procurador da República, Thiago Pinheiro Corrêa, e publicadas no Diário Oficial do MPF-AM, do dia 4 de setembro.

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