A nulidade do voto

Se fizermos uma conta simples, com números aproximados, tomando os dados da eleição amazonense, veremos algo espantoso. Se a abstenção for de 20%, em cerca de 2,3 milhões de eleitores, já teremos um total de 460 mil ausentes, ou seja, apenas 1,840 milhão deverão comparecer às urnas. Além disso, se as previsões dos pesquisadores forem corretas, aproximadamente 40% desses eleitores deverão anular seu voto, isto é, teremos um total de 736 mil votos anulados (ou em branco). Se somarmos tudo – ausentes, nulos e brancos – chegaremos, em uma conta simples, ao número de 1,196 milhão pessoas que não chegarão a votar em um dos dois candidatos.

Na mesma linha de raciocínio podemos crer que apenas 1,104 milhão de eleitores votarão de forma válida. Se o primeiro colocado tiver cerca de 60% dos votos válidos, 662.400, ele ficará muito abaixo dos não-votantes. O segundo colocado deve ter 441.600 votos. Assim, na hipótese desses números se confirmarem, teremos a seguinte colocação:

  1. Votos nulos e brancos – 736.000
  2. Primeiro colocado (60%) – 662.400
  3. Aqueles que se abstiveram – 460.000
  4. Segundo colocado (40%) – 441.600

Esses números devem ser, creio, indicativos de algo. É esperar para ver o quanto deles a realidade irá confirmar. Os candidatos estão desesperados, até rezando para que os eleitores não anulem ou que, pelo menos, compareçam. O pós-eleição deverá trazer muitas reflexões, tanto para os especialistas, como para os políticos e demais atores desse teatro. Não é possível que um resultado próximo disso não gere reflexões sérias e inovadoras.

Gilson Gil

Gilson Gil

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