
Com safra abundante e normalização nos portos, China comprou 12,11 milhões de toneladas da oleaginosa brasileira no mês passado. (Foto: Reprodução)
As importações de soja do Brasil pela China cresceram 37,5% em maio de 2025 em comparação ao mesmo período do ano passado, impulsionadas por uma safra robusta e pela retomada do ritmo normal nas liberações alfandegárias. Segundo dados divulgados nesta sexta-feira (20) pela Administração Geral de Alfândega chinesa, o maior comprador global da oleaginosa importou 12,11 milhões de toneladas métricas da soja brasileira no mês passado — ante 8,81 milhões em maio de 2024.
O volume total importado pela China em maio alcançou um recorde histórico de 13,92 milhões de toneladas, mais que o dobro do registrado em abril (6,08 milhões), quando o país enfrentou o menor volume de importações em uma década.
Além do Brasil, os Estados Unidos também ampliaram sua participação no mercado chinês, com um aumento de 28,3% nas exportações para o país asiático. Foram 1,63 milhão de toneladas embarcadas pelos americanos em maio, o equivalente a 11,7% das compras totais da China no mês.
Segundo analistas do setor, parte desse aumento se deve à chegada de cargas que haviam sido atrasadas nos meses anteriores, além da recuperação das operações em plantas de esmagamento no país asiático. “A chegada de algumas cargas anteriormente atrasadas em maio contribuiu parcialmente para os números mais altos de importação”, explicou Liu Jinlu, pesquisador agrícola da Guoyuan Futures.
Desempenho anual ainda abaixo
Apesar do bom desempenho em maio, os embarques acumulados do Brasil entre janeiro e maio somaram 21,25 milhões de toneladas, uma queda de 14% em relação ao mesmo período de 2024. Já os EUA exportaram 14,57 milhões de toneladas no mesmo intervalo, com aumento de 34,3%.
Segundo Wan Chengzhi, analista da Capital Jingdu Futures, os chineses anteciparam compras americanas em meio ao receio de tensões comerciais entre os dois países, enquanto o atraso na colheita brasileira contribuiu para o recuo nos embarques acumulados.
As expectativas para os próximos meses indicam que o volume de importações permanecerá elevado no terceiro trimestre. No entanto, o desempenho do último trimestre do ano dependerá diretamente do desenrolar das negociações comerciais entre Estados Unidos e China.
Já a Argentina, tradicional fornecedora do grão, teve desempenho fraco no mercado chinês em 2025: entre janeiro e maio, vendeu apenas 111,6 mil toneladas, uma queda de 47,5% em relação ao mesmo período do ano anterior — e sem nenhuma carga registrada no mês de maio.
Deixe um comentário