Aniversário de Bosco das Letras
(Trechos extraídos de um Livro)
João Bosco Sousa da Silva, João Bosco, John, Menudo, Bosquinho, Boscardo, Maiosco, Das Letras, Bosco das Letras
Há exatos 55 anos (25/9/1969) nascia meu amigo, “primo”, Bosco, na capital dos Barés.
O conheci, de fato, em 1974, na Colônia Felizardo, antes de existir a estrada da Cidade Nova. Era uma trilha com piso de barro que se iniciava na Rodovia Torquato Tapajós.
Íamos desde a Praça 14, minha tia e alguns irmãos, em poucos domingos por lá, nos divertir.
Minha tia Benigna trabalhava com a mãe dele no hospital infantil Dr. Fajardo.
Lá na Colônia, banhos no Igarapé, brincadeiras, correrias pelos terrenos, subidas em árvores frutíferas, muito buriti, taperebá, mari e açaí para levar pra casa. Algumas lembranças.
Tempos depois, Dona Lucila (sua mãe), ele, o irmão Belmar e as irmãs (Lucília e Léia), foram residir no bairro do Beco do Macedo. No Beco construiu várias amizades: Geraldo, Pig, Hércules, e tantos outros.
Em 1983, eis que já adolescente, chegou com a família ao bairro da Praça14, no mesmo terreno onde minha família residia – um amplo quintal com vários casas; antigamente era um Sítio Urbano d’onde meus saudosos avós o preencheram com diversas árvores.
Então, a partir daí, houve um estreitamento da amizade com o nosso amigo em ênfase.
Bosco foi estudar na Escola 1⁰. De Maio, na Rua Duque de Caxias.
Trabalhou durante uma temporada na Borracharia Amazonas, ali mesmo no terreno.
Reuníamos bastante na “Casa do Dedé”, também por lá: Samuel, Dedé, Luciano (irmão do Dedé) e eu. Sempre à noite, depois dos nossos afazeres. Nosso lanche era o famoso “Mikão” do Seu Ubirajara, ali próximo.
Sua mãe, em 1988, mudou-se para a Cidade Nova. Nesse meio-tempo ele residia no bairro do Coroado.
Tino comercial
Na amizade foram várias histórias (algumas quase inacreditáveis!) dentro dos padrões sociais vigentes – em seus limites.
Bosco sempre teve tino comercial e conseguiu abrir – e fechar – várias lanchonetes, bares e restaurantes, com alta velocidade. Criou a marca “Sabor & Cia”, por onde enveredou o seu trabalho.
Lembrando de alguns:
Comércio no Coroado, Carro-Lanche na Rua São Luiz, Lanche na Play House Disco, Bar na esquina da Rua Major Gabriel com Rua Ipixuna, Restaurante da Praia da Ponta Negra, Carro-Lanche na Av. Max Teixeira (quase em frente à antiga casa de show “Babilônia”, depois “Zona Livre”), Carro-Lanche ao lado do Clube Municipal, Restaurante na sede da ASSUA, no Coroado, Restaurante no Japiim (Monquetá), etc…
Não esquecendo que, excelente cozinheiro ele era. Criava pratos inomináveis, e ao mesmo tempo deliciosos… um Gourmet!
Também “bateu ponto” como: Vendedor de picolé, Borracheiro, Vendedor em sapataria, no Centro de Manaus, Cobrador de Ônibus, Contínuo no HUGV, Motorista de Kombi, Taxista, Barman, Ator, Produtor Cultural, Assistente administrativo do IDAM, SEPROR, Secretário de Cultura, etc…
Em cada trabalho desses várias relatos marcantes de pontuais e hilários fatos. Por onde andava aglutinava amizades e feitos.
Seu 1⁰. Carro foi um Fiat 147 que eu havia adquirido do Gerente Evandro Camarão, do Benayon Auto Peças. Fiquei com o veículo por 3 meses. Passei ao Bosco numa troca. Esse lendário carro de cor verde encontrou o seu fim no muro de um estabelecimento de lazer na Av. André Araújo. Em seguida ele comprou um Fusca. Daí por diante começou a colecionar veículos. Depois, tantos foram eles, que tornaram-se banais – pois adorava dirigir e trocá-los! E também foi uma espécie de mecânico amador. Possuiu inúmeros veículos, incluindo as famosas Kombis. Às vezes eu perguntava a ele: “Qual é o teu carro hoje?”.
Carnaval e Tupanaóka
Maiosco sempre teve uma boa articulação social.
Além de bem palestrar, era culto e “safo”.
Ele conhecia o “caminho das pedras” em várias situações difíceis de sair.
Em 1982, ainda morador do Beco do Macedo, desfilou na Bateria do então Bloco de Enredo Sem Compromisso, no instrumento Surdo de Terceira.
Já na Praça 14 meu irmão o levou ao Bloco de Enredo Arrastão Assuano, dos Servidores da Universidade do Amazonas. Lá éramos “Pau pra toda obra”: Barman, Auxiliar de Carnavalesco e de Barracão e Ritmista (Batuqueiro).
Como “Barman” estávamos em todos os ensaios na sede do Bloco – ali na Rua Ferreira Pena, próximo à Praça da Saudade – como também nas festas diversas da agremiação, principalmente na sede do Sírio Libanês, na Av. Constantino Nery.
Em 1986, no desfile na Av. Djalma Batista, fui no tamborim, ele no agogô, Dedé também no tamborim. Samuel (que era o presidente) cantando junto ao ainda jovem Agnaldo do Samba.
Quando do “Boom” das toadas de Boi em Manaus (1994 – 2000), criamos uma banda só para “brincar mesmo”, sem visão comercial. Na cidade eram dezenas de bandas a tocar toadas. A ideia do nome veio dele – Tupã na Oka. Chegamos a gravar umas 10 toadas, que se perderam no tempo. Havia composições nossas e também do Carlinhos de Maués, que tocavam violão. No teclado o Théo Pegado mais o Joacy.
Shock e Play House
No outro ano o amigo Dedé Weime, junto ao meu irmão Samuel, criaram uma “Discoteque” no bairro do Coroado, a famosa “Shock”. Dedé também morava no terreno da 14. Reuníamos em sua casa desde 1984. A preparação para a abertura do empreendimento iniciou em 1985.
Como ele, à época não estava se dando bem com o Dedé, não foi à inauguração da Casa de show – nem na segunda semana. Decidi intervir na questão levando-o à Shock. Resultado: Tomou conta do Bar da Shock. Logo, logo voltou às pazes com o Délson Weime.
Semanas depois ele já não estava por lá: enveredou por outros caminhos, casando ainda bem jovem com uma moça ali mesmo da rua da casa de eventos.
Lembro que o visitei um ano depois, ele estava com um pequeno comércio, e também bem acima do peso. Até mesmo já era pai.
Quando mudamos o local da Discoteca para outro bairro – Santo Agostinho – passados alguns meses ele ressurge, e administra o Lanche da nova casa de show.
À época eu já residia ali mesmo no “Santal” e ele passou uma temporada lá em casa. Muitas e muitas histórias pra contar daquele período. Afinal, naquele local foram vários meses de interação. A Play House abria às sextas, sábados e domingos. A época das “brigas com terçado” nas ruas, entre as gangs. Vimos isso acontecer algumas vezes, tanto no Coroado como no Santo Agostinho. E até mesmo tivemos que participar de algumas delas para desapartar os opostos. O termo “galera” surgiu um pouco depois.
No outro ano fui residir em outro bairro (Aleixo) e passei uma nova temporada no Coroado. Agora ele estava morando com a mãe e os irmãos na Cidade Nova.
Voltei à Praça 14, em 1991 (em outro endereço), e na mesma rua em que nasci. Nessa época ele estava com um Bar ali próximo, na Rua Major Gabriel.
Certa feita tive que mudar de casa (de um lado para outro da rua). Ele comandou essa mudança à noite. Era ele e dois Sobrinhos meus, o Thallis e o Adson. Em dado momento resolveu pôr o sofá no meio da rua e sentou nele junto aos ajudantes, um pouco depois do quebra-molas. Já havia passado da meia-noite. Então pára um táxi ao lado, desce dele um sujeito e também vai sentar com eles, dizendo: “gostei de vocês! Vocês tiveram uma ótima ideia!”. E ainda pediu pro motorista deixar contando a corrida que não havia problema. Isso na Avenida Tarumã. Hoje isso seria quase impossível.
Sem Compromisso
Como eu já estava na G.R.E.S. Sem Compromisso desde meados da década de 1980 (Ala-força, Ala de Composição, Bateria), tive a ideia de o convidar para também participar.
No final de 1993 ele retornava à amarelo e preto (lembram de 1982?) na Ala dos Compositores. Participávamos, cantando, nos ensaios da agremiação (à época o titular era o amigo Agnaldo do Samba, mais: Aôr Amorim, Renildo Julião e o meu irmão Samuel). Durante um bom tempo carregávamos a aparelhagem de som para os ensaios. Várias vezes lá para o Grupo Escolar Ribeiro da Cunha, na Rua Silva Ramos. Mais uma vez éramos “Pau pra toda obra”. Chegamos inclusive, a dar uma força no Barracão da agremiação que era localizado no campo da ESUSA, ao lado de um trecho do extenso Igarapé do Mindu, próximo à Ponte dos Bilhares.
Dentre várias apresentações em bailes carnavalescos: Olímpico Clube (Baile do Havaí), Sírio-Libanês, Círculo Militar de Manaus, Bandas, Campo do São José, Compensa, Quadras das escolas de samba, etc.. lembro de uma no dia 14 de janeiro de 1994 no aniversário do bairro de mesmo nome. A Sem Compromisso fechou a noitada no palco da Quadra da Vitória Régia. Terminamos lá pelas 5 horas da madrugada. E a quadra ainda estava cheia. Depois ainda fomos ao Bar Verde e Rosa “complementar os trabalhos” junto ao jovem cantor Alzier e ao veterano compositor Almeiron do Reino.
Em 1996 e 1998 cantamos no Sambódromo.
Em 1999 foi o último ano dele na escola.
No desfile o oficial era o amigo Arlindo Júnior, mais: Renildo, Aôr, Samuel, Edi Carlos, eu e ele.
Ipixuna
Na G.R.E.S. Ipixuna lembro que fiz teste como batuqueiro (ritimista) no final da década de 1980. Meu 1⁰ contato foi na estreia do então Bloco Mocidade Dependente do Beco Ipixuna, em 1980. Emprestei minha “caixa de guerra” ao amigo borracheiro Moacir. Depois, enveredei na década de 1990 como compositor e puxador (intérprete) de base.
Pois bem, como eu estava no trio que Cantava no desfile (Titular: Logo Nazário) mais o saudoso Betinho, pedi ao Ipujucan (presidente) para levar “um camarada do qual ele ia gostar muito”. Assim, seríamos 4 a cantar. E assim foi feito! Em 1998 o meu amigo “Maiosco” estreava também cantando na Ipixuna. O samba de enredo era de autoria do famoso Paulo Santos: “Venho de Branco e peço paz!”. O samba destacava a paz e a luta contra as queimadas e a poluição do ar.
Em 1999 fizemos uma reunião lá em casa e conseguimos fazer com que o “Pujuca” aceitasse o nosso enredo para o carnaval de 2000. Criamos o enredo e o samba, que era sobre os 500 anos do Brasil. A gravação foi realizada no estúdio do empresário Raidi Rebelo, no bairro da Aparecida. O cavaco era o Marquinhos. As vozes: Eu e ele. O coro: Mila e Luziane. A supervisão: Ipujucan e Paulo Santos. Lembrando que o titular (Cantor Logo Nazário) estava viajando pra Mérida e só chegou para cantar como base no Sambódromo.
Os anos foram passando, e cada vez mais eficazmente participávamos do “Tigre do Samba”: Enredo, Samba, Ensaios, Alegoria, Fantasias, Política, Recursos, Mídia, etc…
Ufam e nome artístico
Em 2002 ele sugeriu que eu o colocasse na UFAM.
– Como? Perguntei.
– Ele explicou:
“Você já passou em vários vestibulares, e por mais que não concluas alguns cursos, você sempre está lá!”.
Perguntei a ele – Ok. Mas, como seria?
– Quero que tu me inscrevas e escolhas o curso para eu, de fato, passar e estudar lá; só não pode ser de Exatas!
– Pensei, repensei… fiquei em dúvida entre Direito, Administração e Letras. acabei o inscrevendo no curso de Letras.
No outro ano ele fez as provas e foi aí que soube qual era o curso.
Finalmente passou!
A UFAM recebe várias exposições em seu Campus. Numa dessas John encontrou uma Artista Plástica de Coari. Se deslumbrou com a arte da jovem e para lá embarcou…
Uma visita que seria de um semana transformou-se em um ano! Era 2004.
No samba de enredo de 2004, no enredo sobre os Incas, quando passei à AGEESMA a ficha técnica para o CD, lá criei um nome artístico pra ele: “Bosco das Letras”.
Ele só soube disso quando o CD chegou às lojas, às rádios e às quadras das escolas.
Falou:
“Bicho! Ficou ducar4%*@!”
Em fevereiro de 2005 – ainda estava em Coari – após eu pedir para ele voltar à Manaus para auxiliar nos trabalhos carnavalescos, assim o fez, e ainda conseguiu ajudar nos trabalhos da escola na reta final.
Ficando em Manaus, no Campus Universitário, envereda na política estudantil. Logo, logo adentrava no PC do B (antes, era do PPS). Depois torna-se membro da UNEGRO. Larga Letras e adentra na UEA, no curso de Teatro.
Diretor de Carnaval e Ator teatral
Em 2006, Ipujucan “bateu o martelo!”:
– Tu não vai mais cantar! Vai ser Diretor de Carnaval!
Pronto! Agora ele assumia de vez a titularidade da escola. Escolhia o enredo, o carnavalesco, o Diretor de Bateria, Comissão de Frente, Operários dos carros, Mestre-sala e Porta-bandeira, Baianas, logística, os diversos artistas, etc… No meu caso, continuava como compositor, intérprete e diretor musical e de comunicação, além de ainda auxiliar em outros setores. Em 2009 Ipujucan sugeriu para eu ser o presidente da Agremiação. Agradeci o convite, mas não o aceitei. Falei a ele sobre o Bosco para assumir esse cargo.
Como o Das Letras não podia mais cantar, então ia às gravações dos Sambas. Lá estava ele para opinar (eu o chamava de “metódico”, pois era perfeccionista). Ipujucan só fazia assinar os papéis, pois confiava muito nos nossos trabalhos.
As muitas saídas do trio (Pujuca, eu e o Bosco) por essa Manaus, mereceria, sem dúvidas, um livro à parte.
Em 2013 o presidente Ipujucan andava adoentado. Fiz o enredo para 2014, cujo título era: “Dona Zuzu, não deixe o tambor calar!” Nosso amigo, compositor Aôr Amorim, ainda chegou a escrever um trecho do samba. Mas, em dezembro de 2013, agravava-se mais o estado do amigo Ipujucan. Naquela ânsia em ver a sua melhora tivemos que largar os trabalhos e focar na recuperação dele.
Infelizmente ele veio a óbito, um dos maiores nomes do samba de Manaus. Era 21/2/2014. A escola não desfilou. Em 2015 o homenageamos como enredo da sua querida Ipixuna.
Passado o carnaval Bosco das Letras assume a Escola: torna-se presidente.
Em 2018 perguntou-me se eu poderia assumir a escola. Respondi-lhe que não. Então a Ipixuna teve como presidente a educadora Elisângela Almeida (Zanza). Cargo que ocupa até hoje.
Bosco conheceu a Zanza na UFAM, no curso de Letras.
Bosco também era ator de teatro – também produtor cultural. Atuou em várias peças, arrancando bastante aplausos da plateia.
Política e vida intensa
Bosco enveredou na política ideológioco-partidária efetivamente a partir de 2005. Destacou-se por onde passou. Muitas assembleias, reuniões, comissões e afins. Viagens diversas e um sem número de fatos importantes. Um dos dirigentes da UNEGRO.
Em 2016 comandou a campanha eleitoral no município de Santa Izabel do Rio Negro. Em 2017 torna-se Secretário da Cultura, Turismo e Eventos do município.
Vale destacar que ele conseguia administrar, articular, um sem número de funções “ao mesmo tempo”: ele podia ser visto dirigindo uma Kombi na Zona Leste, discursando a uma plateia, vendendo em seus lanches e restaurantes, cantando no Sambódromo, cozinhando, se divertindo à vontade em balneários ou bares, interpretando nos palcos, contando piadas, brincando com as crianças (as quais adorava).
Tinha sede de viver intensamente.
Em 2024, após o carnaval, ele foi convocado para novamente comandar a campanha eleitoral em Santa Izabel.
Em 4 de julho me pediu um contato de um estúdio para um trabalho sonoro com 24 jingles políticos.
Ele estava já na “ponte” – Manaus-Santa Izabel.
No dia 26 de julho de 2024, sexta-feira à noite, esse cidadão impagável desapareceu durante o início da viagem em barco, de Manaus à Santa Izabel do Rio Negro. Ali próximo às Anavilhanas, na altura de Novo Airão. A embarcação pegou fogo.
Poucas pessoas não foram encontrados. A grande maioria se salvou.
Conhecendo-o como eu o conhecia tenho quase certeza que ele quis ser mais uma vez herói, ajudando a muitos a continuarem vivos. Ele acreditava piamente que ainda poderia ser o super-homem de outrora… foi traído pelo organismo, e o cansaço o venceu! Sucumbiu sem fôlego nas escuras águas do Rio Negro, depois da “última batalha.”
Passadas algumas horas de espanto e preocupação, então, vários amigos e familiares empenharam-se em saber como ele estava. Mandei uma mensagem ao seu celular, pedindo-lhe que me avisasse sobre como estava, de fato.
Muitos acreditavam (inclusive eu) que ele devia estar bem, em algum lugar.
Mas, passado tanto tempo, a esperança foi se esvaindo.
No Palacete Provincial, em 16 de agosto, no Seminário sobre o Carnaval, ele foi homenageado, no último dia do evento.
Alguns colegas de escolas de samba, dentre lágrimas visíveis, o homenagearam com frases tocantes.
Um deles falou:
“O Rio não devolve os seus!”
E aí lembro-me das nossas conversas, ainda no ano passado, sobre o enredo da Ipixuna.
A Escola já havia escolhido um enredo. Mas, duas semanas depois, o Danielzinho (meu filho caçula), à época, com 7 anos de idade, deu-me, de chofre, uma ideia:
– Por que a gente não faz com que a Onça abrace o Tigre no carnaval?
No caso, o Amazonas F.C. abraçando a G.R.E.S. Ipixuna.
Não pensei duas vezes!
Falei pra ele sobre essa ideia do Daniel.
No outro dia ele falou: “Ótimo! Pode fazer o enredo!”
Depois de construída a Sinopse, o enviei.
Ele deu uma sugestão:
– Coloca aí que “As árvores da floresta sussurram segredos!”.
Achei muito boa a opinião. E a pus no enredo – entrou, inclusive, no samba também.
Pegando essa ideia dele creio que realmente as árvores guardam segredos e até mesmo sussurram entre si…não são sons audíveis.. começando pela sua rede de comunicação pelas raízes.
Elas, também como o rio, guardam com muito carinho e zelo, os seus. E… não mais os devolvem! Em que dimensão estarão?
A floresta, o rio, os igarapés, “sussurram segredos” entre si.
E ele entrou pra história, de uma forma inusitada – Sem alardes…
Sussurrando segredos.
Por Daniel Sales

Daniel Sales
* Daniel Sales é pesquisador cultural.
Bosco das Letras. Um dia serás biografia na forma de um livro.