Avião deu guinada brusca para esquerda no processo de pouso e ia cair no meio de casas. Piloto desviou para estacionamento

Onze carros sofreram perda total por conta da queda do avião Seneca II, prefixo PT-EUP, da empresa Tio Táxi Aéreo, enquanto outros oito atingidos são recuperáveis. O balanço podia ser pior. “O piloto (Iram Rolim Lamas Neto, 27 anos) disse que o avião deu uma guinada muito forte para o lado esquerdo e saiu do eixo de pouso. Quando ele tentou arremeter, não conseguiu e viu que ia cair no meio das casas. Foi aí que optou pelo estacionamento que, do alto, parecia ter espaço para o pouso forçado. Ele não viu os carros”, revelou o diretor da Tio, Mário Ivan Cavalcante.

O chefe do Sétimo Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Seripa VII), tenente-coronel Artur de Souza Rangel, iniciou ontem mesmo os procedimentos para investigação das causas do acidente. “Temos que encontrar a causa dessa guinada brusca”, disse Mário Ivan. “A aeronave fez a inspeção de 100 horas há 14 dias e cumpre rigorosamente o calendário de manutenção”, acrescentou.

Seneca II (EMB-810) é o mesmo modelo do avião que caiu no dia 13 de maio de 2010, no bairro Zumbi dos Palmares, matando a então secretária estadual de Educação, Cínthia Régia Gomes do Livramento, o piloto da aeronave, Miguel Vaspeano Lepeco, assim como as servidoras estaduais Karla Patricia Azevedo, Eliana Pacheco Braga e Maria Suely Costa Silva, além de Marivaldo Couteiro Oliveira.

É também o modelo do avião que caiu na cabeceira do Aeroclube, dia 28 de fevereiro do ano passado, matando o piloto Antônio José de Almeida Maia, 54. No acidente de ontem (24/01), além do piloto, Iram Rolim Lamas Neto, 27, o copiloto Gui Divo Pacheco, 27, e os passageiros Roberto dos Santos, 35, e Ronildo de Souza Batista, 40, já estão liberados dos hospitais onde foram atendidos.

 

Aeroclube

“Se tivéssemos uma nova pista, maior, nova, com mais espaço, com certeza a Tio e todas as empresas do mesmo porte mudariam na hora”, disse Mário Ivan. O fato de o Aeroclube de Manaus, fundado na década de 1960 pelo empresário Assis Chateaubriand, estar localizada numa área densamente habitada é criticada por ele.

Manaus tem 50 aeronaves Seneca II. “Temos quatro Senecas e quatro Barons, que voam 3,6 mil horas/ ano há dez anos”, conta o funcionário. A aeronave que caiu na quinta-feira, porém, sofreu perda total.

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