Homenagens e emoção marcam velório e enterro de Emerson Maia em Parintins

Corpo de Emerson Maia foi velado na casa dele, em Parintins, como o poeta queria. Foto: Elinaldo Tavares/Divulgação

Foi uma despedida simples, mas emocionante. Silenciaram os acordes que, agora, dão o tom à saudade que enlutou a toada e o parintinense com a partida do compositor Emerson Maia. Como gostaria, o poeta foi velado em sua casa, na Marina Morena, bairro Santa Clara, com o Rio Amazonas – tão romantizado em suas composições – servindo de cenário para as homenagens. ‘Rio Amazonas, teu cenário é uma beleza’, cantava o compositor.

Emerson morreu aos 66 anos, na sexta-feira, em Manaus, onde estava internado com um quadro de cirrose hepática e problemas respiratórios.

Pastor deu a ‘palavra de Deus’ durante o velório. Foto: Elinaldo Tavares/Divulgação

Desde a chegada do corpo a Parintins, às 17h de sexta-feira (14/8), foram várias as manifestações com a passagem do cortejo pela Cidade Garantido e o carinho de familiares, amigos e fãs.

Cerimônia fúnebre respeitou cuidados impostos pela pandemia. Foto: Elinaldo Tavares/Divulgação

A cerimônia fúnebre, em meio aos cuidados impostos pela pandemia de Covid-19, contou com a presença do presidente do Boi Garantido, Fábio Cardoso, e do vice-presidente do bumbá, Messias Albuquerque.

Entre lágrimas e palavras de despedida, os dois exaltaram a figura do músico que se tornou ícone do ritmo do Festival Folclórico de Parintins.

Emerson recebeu homenagens dos amigos. Foto: Elinaldo Tavares/Divulgação

O pastor Jailson Xavier, da Igreja Adventista do Sétimo Dia, dirigiu a “palavra de Deus”, no momento da despedida. Na passagem pelas ruas da ilha, orações e acenos no adeus a Emerson Maia.

Adeus foi simples, mas emocionante. Foto: Elinaldo Tavares/Divulgação

Adeus

Tanto nas homenagens de corpo presente como nas redes sociais, muitas pessoas fizeram questão de deixar mensagens e lamentar a perda do músico.

Emocionado, o compositor Paulinho Du Sagrado lembrou que a inspiração poética sempre foi uma das mais nobres companheiras da genialidade do amigo Emerson Maia. “Hoje o Coração e a Estrela abraçados exclamam: ‘muito obrigado Emerson Maia por tudo que fizeste em nome da cultura parintinense'”, disse. Em uma rede social, Paulinho cantou a música ‘Águas de Amor e Canção’, que concorreu no Festival da Canção Passosmaiense (Fecap) de 1985.

Cortejo passou por ruas de Parintins. Foto: Elinaldo Tavares/Divulgação

“Ele cantou a toada que embalou sentimentos, foi o nosso norte nas composições”, manifestou Rozinaldo Carneiro, compositor do Garantido.

Marcos Moura dos Baiás também se despediu. “Dia triste. Nos deixa o homem que se eterniza como um ícone da cultura de Parintins. A arte amazônica está enlutada, mas cada vez mais inspirada no grande poeta Emerson Maia”, afirmou.

Sepultamento ocorreu em Parintins. Foto: Elinaldo Tavares/Divulgação

O presidente do Garantido disse que Emerson tem uma trajetória que se confunde com a história do bumbá. “É dele as mais belas poesias. O povo da Baixa, hoje, está de luto pelo falecimento do Emerson que sempre decantou o amor dele pelo Garantido. Nada mais justo nesse momento de despedida trazer o abraço à família, aos irmãos e filhos”, lamentou Fábio Cardoso.

O amigo azulado Raimundinho Treme também foi levar seu adeus. “Era maravilhosa o trabalho do Emerson, tanto no Caprichoso, como no contrário. Um bocado de lágrimas já deixei rolar por esse grande amigo”, disse, emocionado.

 

Reportagem: Peta Cid

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