
Tropical Hotel vai a leilão por R$ 182 milhões, em dezembro, no Rio de Janeiro. Foto: Reprodução Facebook
Instalado às margens do rio Negro e com 611 apartamentos que receberam, entre tantos hóspedes anônimos, centenas de celebridades e até reis que vinham para a Amazônia, o hotel Tropical de Manaus era um dos maiores e mais luxuosos complexos hoteleiros da região, com direito a piscina com ondas e zoológico particular.
Tropical Hotel
O complexo hoteleiro do Tropical Manaus será leiloado no dia 16 de dezembro pela Justiça do Rio de Janeiro. De acordo com o edital do leilão, o imóvel, com área de 235,2 mil metros quadrados, está avaliado em R$ 182,1 milhões. O despacho foi assinado pelo juiz da 4ª Vara Empresarial do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ), Paulo Assed Estefan.
O edital do leilão foi extraído dos autos da falência da FRB PAR Investimentos S.A., Varig Participações em Serviços Complementares S.A. VPSC, Companhia Tropical de Hotéis, Companhia Tropical de Hotéis da Amazônia, Tropical Hotelaria LTDA e Oceano Praia Hotel LTDA.
O advogado e administrador da massa falida, Pedro Cardoso, disse que o leilão acontecerá no Rio de Janeiro promovido pela 4ª Vara Empresarial do TJ-RJ, pois é onde foi decretada a falência do empreendimento pertencente a um grupo empresarial também proprietário de outros imóveis.
Lance
O leilão será realizado no auditório do Sindicato dos Leiloeiros do Rio, sob o comando do leiloeiro público Jonas Rymer, por lance oral. A arrematação acontecerá, em primeira sessão, mediante lance igual ao da avaliação, de R$ 182,1 milhões, e na ausência de interessados será oferecido, em segunda sessão, o imóvel pela quantia de R$ 120 milhões para pagamento à vista.
Conforme o edital, interessados em participar do leilão deverão oferecer caução (garantia legal) no valor de 5% do lance mínimo, o equivalente a R$ 6 milhões, por meio de depósito judicial até o dia 12 de dezembro, garantida a devolução imediata àqueles que não se consagrarem vencedores.
Luxo
Inaugurado nos anos 1970, fazia parte do grupo Varig e começou a falir quando a companhia aérea fechou as portas. Ao parar de voar, derrubou o grande hotel na metrópole.
O complexo parou atividades em maio, após ter a energia cortada pela Amazonas Energia, com uma dívida acumulada de mais de R$ 20 milhões. Os mais de 1.000 funcionários do Tropical devem gerar uma dívida trabalhista de mais de R$ 20 milhões. Até o momento, as rescisões continuam pendentes de pagamento.
Em julho deste ano, o complexo hoteleiro chegou a ser anunciado para ir à leilão de bens móveis pelo Tribunal do Trabalho, com valor avaliado em R$ 60 milhões. A área total é de 235.235,25 m2, de propriedade da Companhia Tropical De Hotéis da Amazônia.
Entenda o caso
O Tropical Hotel começou a fechar quando a Varig faliu. Sobreviveu com empréstimos e socorros do dinheiro público. O descumprimento de um contrato de negociação de uma dívida de R$ 8 milhões foi o ápice da novela entre Tropical Hotel Manaus e Amazonas Energia. Oito meses depois de ficar às escuras, o Tropical Hotel teve a energia elétrica cortada em maio.
Dias após o corte, o hotel resolveu suspender suas atividades por tempo indeterminado. O resort, que está localizado em um bairro nobre da zona oeste de Manaus, até tentou funcionar com o gerador, mas o sistema sobrecarregava diariamente, impossibilitando o funcionamento das atividades de hotelaria no local.
Tropical, Ariaú, Caesar Business
Três hotéis, grandes ícones da área turística, fracassam no Amazonas. O Ariaú Tower, construído a ferro e a fogo pelo falecido Rita Bernardino, o Caesar Business, vendido à Samsung, e o Tropical. Triste vitrine para o empresário que queira investir no turismo amazonense. Se o turismo é o futuro do Amazonas, aí estão três provas de como está sendo estruturado esse futuro.
Veja o vídeo
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