
Foto: Victor Levy/SSP-AM
O Setor de Informática Forense (SIF), do Departamento de Polícia Técnico-Científica (DPTC), órgão vinculado à Secretaria de Segurança Pública do Amazonas (SSP-AM), desempenha um papel estratégico na solução de crimes digitais, como tráfico de drogas, pedofilia e crimes de ódio propagados a partir de dispositivos eletrônicos. Os laudos periciais fortalecem inquéritos instaurados pela Polícia Civil (PC-AM), e auxiliam na elucidação de crimes destas naturezas.
São os peritos forenses que atuam na análise de vestígios cibernéticos deixados em aparelhos celulares, dispositivos de navegação, como GPS e drones. Além disso, realizam exames em dispositivos de armazenamento de dados computacionais, como cartões de memória, pendrives e discos rígidos.
O perito de informática forense Fábio Castro detalha quais são os crimes mais comuns identificados nos dispositivos analisados. “Cerca de 90% dos casos estão relacionados ao tráfico de drogas. Os outros 10% envolvem crimes diversos, como pedofilia e crimes contra honra, a exemplo de difamação e injúria”, diz o servidor.
O trabalho dos peritos é realizado com o apoio de ferramentas tecnológicas usadas para extração e processamento de dados. Com as informações obtidas, os profissionais analisam o conteúdo e elaboram laudos periciais que são essenciais para a elucidação de casos, de acordo com Fábio Castro.
“Após processar os dados, nós analisamos todas as informações que foram processadas e apresentamos no corpo do laudo os dados que a autoridade policial ou judiciária requisitou”, explica o perito.
Os profissionais também atuam em casos de invasão de sistemas, redes de computadores e bancos de dados. O trabalho do SIF tem contribuído com as investigações da Polícia Civil (PC-AM) na desarticulação de redes de pedofilia, grupos ligados ao tráfico de drogas, entre outros crimes.
Ação integrada
A diretora do Instituto de Criminalística Lorena dos Santos Baptista (IC-LSB), Najara Marinho, explica que os peritos de informática forense são requisitados pela Delegacia Especializada em Proteção à Criança e ao Adolescente (Depca), em operações que envolva suspeita de armazenamento de mídias digitais de conteúdo sexual infantil.
“A gente tem bastante parceria com a Depca justamente para os casos de pornografia infantil, onde há um mandado de busca e apreensão. O perito acompanha in loco, confirma a posse do conteúdo pornográfico e, com isso, o que seria apenas uma busca e apreensão, se torna na prisão em flagrante do suspeito”, explica a servidora.
A diretora destaca a importância dos peritos em crimes que passam despercebidos pela sua natureza oculta.“Eu costumo dizer que os laboratórios do Instituto de Criminalística dão uma resposta para a sociedade daquele crime que fica oculto. Lá no computador, daquele indivíduo que está cometendo o crime de pedofilia ou utilizando os seus sistemas de informática, de celulares, para estar cometendo crimes de drogas, de pedofilia e crimes de cunho sexuais”.
Foi dessa forma que um homem de 19 anos foi preso, suspeito de estupro e importunação sexual de 13 crianças e adolescentes, e também por armazenar pornografia infantil. O envolvido usava um aplicativo de conversas para convencer e chantagear os menores a enviar fotos de partes íntimas do corpo.
A atuação dos peritos foi determinante para recuperação das mensagens trocadas entre o suspeito e as vítimas, que serviram como provas robustas e resultaram na ação da Polícia Civil, culminando na prisão do indivíduo.
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