Presença do Amazonas no Festival de Curitiba é reforçada pelo CDA e Ateliê 23

O Corpo de Dança do Amazonas apresentará espetáculo “TA | Sobre ser grande”, no 32º Festival de Curitiba. Foto: Divulgação/Secretaria de Cultura e Economia Criativa

A participação amazonense no 32º Festival de Curitiba – maior festival de artes cênicas da América Latina – inclui folclore, dança e teatro em 2024. Três espetáculos distintos representam a arte amazonense no festival, marcando uma das maiores participações do estado no evento.

O Corpo de Dança do Amazonas (CDA), Corpo Artístico do Governo do Amazonas, mantido por meio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa, se apresenta no próximo sábado e domingo (30 e 31/03) com o espetáculo “TA | Sobre ser grande”, que tem no universo e os valores dos povos indígenas da etnia Tikuna seu objeto de pesquisa e fonte de inspiração.

“Na língua Tikuna, ‘Ta’ significa grande. O espetáculo aborda o universo dos Tikunas, uma etnia muito rica em cultura, e dos povos originários, dos grandes ensinamentos dos povos indígenas”, explica Mário Nascimento, diretor e coreógrafo do CDA.

De acordo com Nascimento, a cultura Tikuna fala muito da grandeza e beleza da floresta e dos rios. “O espetáculo é como se fosse uma tribo indígena originária no futuro”, define. “Em cena, não é mostrado um povo submisso. É um povo forte, poderoso. Com poderes acima da maioria das pessoas”, define.

Mário Nascimento também quis mostrar a relação simbiótica que os povos originários têm com a natureza. “Eles dominam as alquimias e a magia das florestas. São povos grandes e nós precisamos deles. Eles são o principal elemento de preservação das florestas e dos rios”, diz o coreógrafo. “Se destruirmos as florestas, os rios e os povos originários, perderemos todos os vestígios de nossa humanidade”.

Tráfico de mulheres

Nos dias 02 e 03 de abril será a vez espetáculo musical “Cabaré Chinelo”, da companhia Ateliê 23, representar o teatro amazonense no 32º Festival de Curitiba com a obra sobre as mulheres vítimas de tráfico internacional e sexual no período da Belle Époque, na capital do Amazonas.

Cena do musical “Cabaré Chinelo”, do Ateliê 23. Foto: Divulgação/Secretaria de Cultura e Economia Criativa

O espetáculo chega repaginado a Curitiba. Entre as novidades está o figurino assinado por Eric Lima, com assistência de Andira Angeli e apoio de Sarah Margarido. A nova roupagem de “Cabaré Chinelo” foi apresentada no Teatro Amazonas em duas sessões no dia 22 de março.

“Sem perder a identidade de cada personagem, a nova proposta cria uma atmosfera interna de cabaré ainda mais exacerbada, onde o espectador observa mais a vulnerabilidade de cada mulher”, explica Eric Lima. “O documental dos jornais está mais aparente na construção dos detalhes, tudo que casará muito bem com a nova maquiagem”.

Mudanças

A atriz Bruna Pollari, que interpreta Maria na peça, destaca que o “Cabaré Chinelo” mostra renovação a cada processo e, desta vez, apresenta mais uma personagem em cena.

“É a Emiliana, vivida pela atriz Emily Danali, uma mulher viúva que chega ao cabaré, com um enredo importante numa combinação do fanatismo religioso e a opressão às mulheres”, conta Bruna Pollari. “A estreia dela foi uma surpresa, somente três pessoas do elenco sabiam e foi uma surpresa interessante porque estamos sempre nos renovando”.

Andira Angeli, a Antonieta, afirma que está ansiosa para experimentar as mudanças e acompanhar a receptividade do público em teatros lotados em Manaus e outras cidades.

“Quero estar em cena, emprestando a minha loucura para Antonieta para dar voz a essas mulheres em um espetáculo que está fazendo história na cidade e no teatro amazonense”, comenta a atriz.

Caprichoso e Garantido

O folclore amazonense está representado pelo show inédito “Caprichoso e Garantido: O duelo da Amazônia”, cuja última apresentação será realizada na noite desta quarta-feira (27/03). Os bumbás de Parintins também se apresentaram para a plateia curitibana na segunda (25/03) e terça-feira (30/03).

Durante o espetáculo, Garantido e Caprichoso convidam o público para uma imersão no Festival de Parintins (distante 369 quilômetros de Manaus), promovido pelo Governo do Estado por meio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa.

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