Miliciano Zinho é transferido para presídio federal de segurança máxima

Miliciano Zinho é transferido para presídio federal de segurança máxima

O miliciano tido como um dos mais perigosos do Rio de Janeiro deixou o estado neste sábado (16). Um comboio deixou o Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, na zona oeste do Rio, levando Luís Antônio da Silva Braga, o Zinho.

O criminoso, que estava preso, isolado, desde o fim do ano passado, deixou o presídio de segurança máxima Laércio da Costa Pellegrino (Bangu 1) no fim da manhã.

A operação, realizada pela Secretaria de Estado de Administração Penitenciária do Rio de Janeiro (Seap), envolveu 16 policiais penais e cinco viaturas, que escoltaram Zinho e um comparsa de Bangu até o Aeroporto Santos Dumont, no Centro.

Lá, sob forte esquema de segurança, os milicianos foram entregues a cinco policiais penais federais que vão escoltá-los até Campo Grande, no Mato Grosso do Sul. O destino foi definido em conjunto com a Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen).

Decisão

Já a decisão de transferir o miliciano para um presídio federal é do dia 20 de fevereiro. Além de Zinho, a juíza Elizabeth Machado Louro, da 2ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio, determinou que um dos comparsas, Marcelo de Luna Silva, conhecido como Boquinha, também fosse levado a uma unidade de Regime Disciplinar Diferenciado.

“Ressalta-se que os grupos de milícia instalados nesse estado, fortemente estruturados e ostentando capilaridade em todo país e até no exterior, vem diuturnamente, protagonizando o terror infringido, em especial, aos moradores de comunidades carentes, deles fazendo reféns gerando situação de instabilidade por anos e sem descanso. Tudo isso já aponta para o grave e concreto risco de que a permanência do referido réu e solo Fluminense representa à continuidade das políticas de segurança pública em desenvolvimento do estado do Rio de Janeiro, tamanho agravamento de seu malfadado domínio”, escreveu a magistrada na decisão.

Regime

Ainda segundo a argumentação de Louro, “tais circunstâncias estão a respaldar, igualmente, a necessidade de se submeter os nacionais a Regime Disciplinar Diferenciado, dada a capacidade de articulação com seus asseclas soltos, impondo-se a adoção de medidas aptas a romper a rede estabelecida entre eles”.

Com 12 mandados de prisão e foragido desde 2018, Zinho se entregou à Polícia Federal em dezembro do ano passado. Ele ocupava o posto deixado pelo irmão, Wellington da Silva Braga.

O miliciano, conhecido como Ecko, foi um dos responsáveis por expandir os domínios do grupo. Ele foi morto pela polícia em 12 de junho de 2021, na comunidade de Três Pontes, em Paciência, um dos redutos de poder do grupo.

Dias antes da prisão de Zinho, a milícia vinha sendo alvo de operações da Polícia Federal. Uma delas contra a deputada Lucia Helena Pinto de Barros, a Lucinha (PSD), que era apontada como “madrinha” pelos milicianos e agiria como lobista em favor de ações ao bando. A Justiça determinou o afastamento dela do cargo.

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