Pesquisadores avaliam coletas de expedição científica no Parque Nacional do Juruena, no MT

Pesquisadores avaliam coletas de expedição científica no Parque Nacional do Juruena, no MT

Em outubro de 2023, foi realizada uma expedição científica para o Parque Nacional do Juruena, no norte de Mato Grosso, com o objetivo de conhecer melhor a ictiofauna dessa Unidade de Conservação tão inexplorada cientificamente.

A triagem e identificação do material foi feita em janeiro de 2024 no Museu de Zoologia da USP. Os pesquisadores identificaram cerca de 160 espécies de cerca de 90 gêneros diferentes de peixes. Há, pelo menos, duas prováveis novas espécies sob análise para serem catalogadas.

A expedição ocorreu em duas localidades dentro do Parque Nacional do Juruena, em áreas de sobreposição com a Terra Indígena Apiakás do Pontal e Isolados, a primeira, à montante do Rio Juruena, nos arredores do Salto Augusto, próximo à Aldeia Matrinxã; a segunda, mais à jusante do rio, na região do Salto São Simão, nas imediações da Aldeia Pontal.

Parceria

A parceria e o apoio logístico do ICMBio e dos indígenas da região, foram essenciais para que a expedição pudesse ser realizada. A locomoção dentro do PARNA é totalmente dependente do rio. As localidades eram acessadas sempre com voadeiras, mas para alcançar pontos mais distantes, próximos da Aldeia Pontal, foi necessário utilizar um pequeno avião.

Os ambientes amostrados incluíram margens do Rio Juruena, algumas de suas corredeiras e principalmente seus afluentes e pequenos igarapés, além de áreas em cavernas, onde habitam as espécies de peixes de pequeno porte que ainda são pouco conhecidas pela ciência.

Expedição científica no Parque Nacional do Juruena

A amostra foi realizada com redes de arrasto, pequenos puçás e redes de espera. O material coletado foi fotografado, fixado e está preservado e depositado para estudo científico nas coleções ictiológicas do Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo, da Universidade Federal de São Carlos e da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul.

Este estudo é extremamente importante, pois o Parque Nacional do Juruena é uma região de rica hidrografia, muito preservada, que concentra uma imensidão de pequenos igarapés, morada para uma infinidade de espécies aquáticas. Os pequenos peixes são alimento para peixes de grande porte, que por sua vez alimentam outros animais e muitas comunidades da região.

“Compreender de que maneira estas espécies se reproduzem e interagem com a floresta é fundamental para subsidiar ações de conservação para preservar a riqueza que existe na região”, afirma a Dra. Manoela Maria Ferreira Marinho, da UFPB, que coordenou a expedição.

Coordenação

Além da coordenadora, a equipe foi composta por outros três pesquisadores, o Dr. Francisco de Paula Severo da Costa Neto (UFMS), a Profa. Dra. Maria Elina Bichuette (UFSCar) e o Dr. Osvaldo Takeshi Oyakawa (Museu de Zoologia da USP). Também participaram o gestor do parque, Ayslaner Victor Gallo de Oliveira, os ATA do ICMBio Fernanda Lehrbach e Raicleiton Dace Munduruku e os indígenas Robertinho Morimã, Rayclaiton Dacê Mundurukú, Antonio Carlos Apiaká, Donizete Dacê Mundurukú, Roberney Dacê Mundurukú e Elivan Morimã Krepu.

O projeto foi financiado pelo Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia da Biodiversidade e Uso Sustentável de Peixes Neotropicais (INCT), coordenado pelo Dr. Marcelo Cioffi (UFSCar).

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