Caminhoneiros que trafegam pela BR-174 (Manaus-Boa Vista) relatam que foram apedrejados por indígenas waimiri-atroari. Foi quando atravessavam a reserva que fica na Terra Indígena das duas etnias. O motivo não foi a mineração, nem qualquer agressão mais grave. Trata-se da indignação pelo ataque a uma árvore, um piquiá. A história foi revelada à coluna por comunitários da Vila do Jundiá, a primeira em Roraima, após a reserva, para quem viaja de Manaus até lá. O tráfego na área é muito lento, por causa dos buracos que o período de chuvas deixa na estrada. O piquiá atraiu a atenção dos motoristas, que decidiram parar para colher os frutos. Os índios protestaram na pedrada.
Significado
Os waimiri-atroari seguem à risca uma rotina de uso do espaço atravessado pela BR-174, onde praticam o extrativismo. Todos os dias, veículos das tribos deixam grupos ao longo dos pouco mais de 200 quilômetros de extensão da estrada, dentro da Terra Indígena.
Frutas
Os indígenas colhem cacau, cupuaçu, araçá e outros frutos, que abundam na mata ciliar, no trecho atravessado pela BR-174. Eles mergulham na floresta muito cedo, pela manhã. Não admitem dividir essa produção, que tem grande importância na sobrevivência deles.
Banco de dados
Uma ideia de como a BR-174 é importante para os indígenas está no controle que eles têm, no trecho que atravessa a reserva. Em modernos data centers, eles armazenam, diariamente, informações como meteorologia e número de veículos que atravessam o trajeto.
Imigração venezuelana
Comunitários do Jundiá estão impressionados com o número de andarilhos que passam na estrada. Eles param, pedindo água e alimentos, e seguem viagem, rumo a Manaus. São venezuelanos, que continuam chegando em grande número.
Boa Vista
Inchada pela imigração venezuelana, a capital de Roraima, Boa Vista, já não se constitui na melhor atração para os venezuelanos. Eles preferem seguir viagem, rumo a Manaus, com população maior e onde passam mais despercebidos.
Idioma
O espanhol já se tornou parte da rotina, em Boa Vista, por conta dos venezuelanos. O sotaque também é ouvido, rotineiramente, em Manaus. Um dos locais onde os imigrantes estão incorporados é a Feira da Manaus Moderna.
Ricos e pobres
As diferenças são nítidas: os imigrantes mais pobres fazem a viagem, entre Santa Elena de Uairén e Manaus, a pé e de carona. São quase 980 quilômetros. Fora o que precisam atravessar na própria Venezuela. Os que ainda tinham alguma posse vêm de carro ou mesmo de avião. Muitos seguem para outros países de língua espanhola. Argentina, Colômbia e Peru também registram grande número desses imigrantes.
Páscoa festiva
Lindo o espetáculo “Agnus Dei”, apresentado pelo Coral Vocal do Teatro Amazonas, no hall da casa, ontem, sábado (08/04). Trata-se de composição clássica de John Leavitt. Coral de altíssimo nível.
Ronda escolar
A Prefeitura fará ronda policial nas escolas. Usará para isso as viaturas que foram incorporadas à Guarda Municipal, sob o comando de Sérgio Fontes, ex-secretário estadual de Segurança e delegado federal.
Campus Party
O governador Wilson Lima lançou a Campus Party Amazônia, sábado (08/04), em Brasília. Estava ao lado do coordenador do evento na capital federal, no estádio Mané Garrincha, Francesco Farruggia. A edição manauara será dias 11 e 15 de outubro, no Studio 5 Shopping e Convenções.
Partidos
Enquanto isso, nos bastidores, segue a disputa acirrada pelo comando de partidos no Amazonas. É uma luta que definirá as bases da disputa, ano que vem, por prefeituras e cadeiras nas câmaras municipais.
Lembrança
O atual prefeito de Manaus, David Almeida, já deixou de ser candidato por falta de partido. Foi em 2017, ano da eleição para governador tampão, em substituição a José Melo e seu vice, Henrique Oliveira. Eles haviam sido cassados. David era o governador em exercício, na condição de presidente da Assembleia, e tinha boa perspectiva de vitória. Amazonino Mendes, falecido recentemente, ganhou aquela eleição.
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