O que Novo Airão tem, que outras cidades não têm, e o que deve mudar

O que Novo Airão tem

O que Novo Airão tem para o turista está espalhado pelo imenso Parque Nacional das Anavilhanas (foto), mas ainda há muito por fazer

Novo Airão, que está entre as 12 cidades escolhidas para programa que terá dinheiro do Banco Interamericano do Desenvolvimento (BID), para promover o turismo, tem diferenciais. O principal deles é o Parque Nacional das Anavilhanas, com suas 400 ilhas, furos e lagos. Mas há também as praias do rio Negro, a pesca esportiva. E 200 quilômetros de viagem, para quem gosta de dirigir, ou duas horas de lancha rápida e até seis horas em recreio ou meia hora de voo em hidroavião. É tudo o que os gringos gostam, com paisagens deslumbrantes. Mas falta muito para que as expectativas sejam todas preenchidas.

A oferta de restaurantes, por exemplo, ainda é diminuta. O visitante terá que ir ao flutuante Flor do Luar, na frente da cidade, onde a comida é de qualidade. Ou comer um sanduba “gourmet” no Alex Saloon Ajuricaba ou num dos postos de gasolina da rua principal.

É pouco.

A alavancagem de Novo Airão se deu pela iniciativa privada. Ruy Tone, dono do Mirante do Gavião, e José Augusto, o Guto, do Anavilhanas Jungle Lodge, criaram esses hotéis de alto nível. É onde a burguesia manauara comemora aniversários e faz eventos fechados. O principal é que esses dois hotéis encantam quem os visita e atraem gente importante. Mostram, sobretudo, a oportunidade de investimento em Novo Airão.

Guto, por exemplo, que iniciou o negócio com 12 chalés, hoje tem 16 standards, 4 bangalôs superiores e 2 panorâmicos, com vista para a floresta. Ampliou para o Vila Amazônia e o (excelente!) Bistrô Fitz Carraldo, na rua 10 de Julho, em frente à Santa Casa de Misericórdia.

Há também as casas de aluguel, negociadas via Airbnb ou Booking, como a Casa Anavilhanas e a Casa Tika.

O prefeito de Novo Airão, Frederico Jr., é que pode se transformar em obstáculo. Só faz o que lhe dá na telha. Gastou um dinheirão num “parque horizontal”, na entrada da cidade, destinado a caminhadas, nas quais o caminhante vai e volta… em frente ao cemitério.

O dinheiro seria melhor empregado na transformação da rua principal de Novo Airão. Larga, mal iluminada e sem sinalização, o logradouro perde vida quando o sol se põe.

Canteiro central bem arborizado, calçadas largas de um lado e de outro, com pistas de ida e volta bem definidas, pequenas baias de estacionamento e iluminação moderna valorizariam a cidade inteira.

O estacionamento mais pesado ficaria nas ruas laterais, que precisariam receber tratamento urbanístico para isso. Todo o dinheiro gasto por Frederico, na construção de calçadas desestruturadas, sem base, será levado pelas chuvas.

A cidade é pequena e um sistema de segurança com monitoramento por câmeras, em 100% das ruas, é perfeitamente viável. E necessário porque, como todas as cidades do interior amazonense, Novo Airão também padece da praga do crime organizado, interessado no tráfico de drogas.

Técnicos de Amazonastur, Sebrae e Bid terão muito trabalho com um prefeito que pensa no varejo. A cidade, porém, está esperançosa. Tomara que a escolha de Novo Airão como Destino Turístico Inteligente seja aproveitada. Uma cidade, pelo menos, com tudo em cima, arrumada, menos complicada e mais perfeitinha, é tudo de que o Amazonas precisa.

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