
Garantido celebra o ‘Povo Vermelho como Brasa’ na primeira noite do festival
A festa que o boi Garantido levou para a primeira noite de apresentação na arena do Bumbódromo destacou as matizes indígena e cabocla vítimas de um processo de colonização genocida que aconteceu na região e a resistência do “Povo Vermelho como Brasa”, tema da noite.
O apresentador Israel Paulain chegou em um coração, símbolo do bumbá, conduzido por um guindaste em meio a emoção do retorno ao Bumbódromo e o levantador de toadas David Assayag defendeu o item entoando antigas e novas toadas que balançaram as arquibancadas.
A porta-estandarte Daniela Tapajós também chegou conduzida por um guindaste enquanto na arena a representação de grande maloca trouxe as tuxauas mulheres, pela primeira vez representando o item para marcar o empoderamento feminino.
No ritual do Karõ Kraô, onde o Pajé Adriano Paketá travou uma luta espiritual para trazer de volta as almas que não eram pra morrer naquele momento. A alegoria foi apesentada como segunda alegoria, diferente do comum que geralmente é o ultimo item da se apresentar. O ritual simbolizou a superação da pandemia, a cura e a volta para a festa.
A figura típica apresentada foi a do Pescador. O bumbá homenageou seu fundador, Lindolfo Monteverde que faria 120 anos. No dia de São João, 24 de junho, o bumbá celebrou o santo padroeiro do Boi Garantido. A alegoria trouxe o boi Garantido para dançar na arena e a sinhazinha da fazenda Valentina Coimbra.
A rainha do folclore, Edilene Tavares, veio conduzida por uma arara vermelha para sua evolução na arena, chamando a atenção para a preservação.
Saindo do universo indígena para o universo caboclo, o bumbá encerrou a a primeira noite com a lenda da cobra grande, com a toada “Quando Honorato Lutou com Caninana. Na lenda, o duelo entre Honorato e Caninana, duas cobras irmãs e a transfiguração numa linda mulher, interpretada pela Cunhã-Poranga Isabelle Nogueira.
Por Peta Cid
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