Marilene Corrêa, primeira mulher na gestão de CT&I do Amazonas, é homenageada pela Fapeam

A professora Marilene Corrêa (à direita) e a diretora-presidente da Fapeam, Márcia Perales. Foto: Divulgação/Érico Xavier/Fapeam

A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam) realizou homenagem à professora Marilene Corrêa da Silva Freitas por destacada atuação em prol do Sistema de Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I) do Amazonas. A ação, que faz parte das comemorações do 19º aniversário da Fapeam e do fortalecimento do “Movimento Mulheres e Meninas na Ciência”, foi realizada na tarde desta quinta-feira (2/6), no auditório Tauató, na sede da instituição. Participaram da cerimônia autoridades, pesquisadores, acadêmicos, familiares e amigos.

A diretora-presidente da Fapeam, Márcia Perales Mendes Silva, ressaltou que a homenagem é a convicção de que é importante reconhecer e homenagear publicamente mulheres cientistas que se destacam na CT&I do estado. E Marilene Corrêa tem vasta trajetória como cientista, professora e gestora. O Movimento Mulheres e Meninas na Ciência visa fortalecer e estimular uma maior participação feminina na ciência e na coordenação de projetos científicos.

Na oportunidade, Márcia Perales destacou, ainda, que a trajetória da pesquisadora Marilene Corrêa é diferenciada com diversas conquistas e reconhecimentos em âmbito regional, nacional e internacional. “A senhora é nossa referência e nos inspira e, com certeza, vem estimulando meninas a adentrar com entusiasmo e segurança na área de CT&I”, completou ao entregar a placa de consagração à professora Marilene Corrêa.

Foto: Divulgação/Érico Xavier/Fapeam

Após a apresentação de um vídeo sobre a sua trajetória, Marilene Corrêa falou sobre a importância do reconhecimento na construção histórica das instituições e que envolve merecimento, aceitação e gratidão.

“O primeiro é o apreender que está ligado à ação; a segunda palavra é aceitar e considerar como verdadeiro e, eu aceito como verdadeira a homenagem genuína, inocente, belíssima, solidária, feminina, companheira e elegante. O terceiro, e último, é demonstrar por meio da gratidão, são pouquíssimas pessoas que são gratas, que sabem reconhecer”, disse Marilene Corrêa, acrescentando que o caminho do reconhecimento perpassa vários planos do amor, da justiça e da estima social. “Isso se resume a reciprocidade que se estende para o eterno”, finalizou.

Márcia Perales evidenciou os investimentos do Governo do Estado em programas e ações, direcionados às mulheres, para contribuir com a diversidade na pesquisa científica e tecnológica, entre os quais, o Programa Mulheres das Águas, Kunhã CT&I, Programa Fapeam: Mulheres na Ciência e Programa Amazônidas – Mulheres e Meninas na Ciência.

Presente à cerimônia, o secretário executivo de Ciência, Tecnologia e Inovação da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação (Sedecti), Luiz Carlos do Herval Filho, relembrou épocas em que Marilene Corrêa foi secretária de Estado de Ciência e Tecnologia e reitora da Universidade do Estado do Amazonas (UEA).

“Assisti a diversas palestras e a senhora sempre me encantou com sua sabedoria, luta e posicionamento. É sempre uma satisfação escutá-la, por todas as orientações que vêm dando aos seus alunos e por toda sua contribuição para o estado do Amazonas”, frisou.

A vice-reitora da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Therezinha Fraxe, conta que Marilene Corrêa quando esteve à frente da gestão de CT&I surpreendeu pela forma aguerrida de lutar por um Amazonas com igualdade. “Receba de todos nós o reconhecimento pela sua trajetória. Parabéns por esse dia”, comemorou.

Na mesma linha, o presidente da Academia Amazonense de Letras (AAL), Aristóteles Comte de Alencar, destacou que a professora Marilene Corrêa é detentora de uma sofisticada formação acadêmica e ocupa importantes espaços no sistema educacional brasileiro. “Em uma simples conversa ela consegue irradiar conhecimentos que se tornam permanentes na memória dos seus interlocutores e privilegiados alunos. Esta homenagem com certeza aumentará o brilho da história da Fapeam em sua posteridade”, enalteceu.

Trajetória

Primeira mulher na gestão de CT&I, Marilene Corrêa representa as mulheres pesquisadoras do Amazonas nas suas lutas e conquistas diárias de mães cientistas. Inspira meninas a ingressar na ciência e mulheres a conquistar espaços na gestão nas suas áreas de conhecimento. Ainda como secretária de CT&I contribuiu significativamente para consolidação da Fapeam e do sistema tecnológico e inovador do Amazonas.

Marilene Corrêa também foi a primeira e única mulher a ocupar o cargo de reitora da UEA. Atualmente, é professora titular da Ufam e coordenadora do Laboratório de Estudos Interdisciplinares das Ciências Sociais na Amazônia, do Programa de Pós-graduação Sociedade e Cultura na Amazônia (PPGSCA), orienta mestrandos e doutorando da Ufam e do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa).

Com mais de 40 anos no magistério superior exercendo funções de ensino, pesquisa e extensão, já recebeu diversos títulos e prêmios por sua atuação, além de ser autora e coautora de vários livros e capítulos, entre outras publicações.

Bibliografia

Marilene Corrêa é natural do município de Carauari (distante 788 quilômetros de Manaus). Mãe de cinco filhos, esposa, professora e pesquisadora, iniciou a vida acadêmica em 1975, quando se graduou em Serviço Social. Depois seguiu para área de Ciências Sociais, cursando mestrado na Pontifícia Universidade Católica (PUC/SP), doutorado na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e pós-doutorado na Université de Caen e na Unesco. Atualmente, cursa mais um pós-doutoramento na universidade Sorbonne.

Entre outros cargos importantes, Marilene foi presidente da Associação Francofone de Pesquisa Científica em Educação – Afirse – Seção Brasileira, presidente do Instituto Geográfico e Histórico do Amazonas (Igha), ocupando a poltrona número 31, que tem como patrono João Francisco Lisboa. É membro da Academia Amazonense de Letras, poltrona número 24, desde 2011. Foi eleita para o quadriênio 2021-2025 do Conselho da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC).

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