Marcelo Ramos é destituído da vice-presidência da Câmara por decisão de Alexandre de Moraes

Marcelo Ramos diz que sua destituição é estimulada por pressão de Jair Bolsonaro ao presidente da Câmara, Arthur Lira. Foto: Divulgação

Nesta segunda-feira (23), o deputado federal Marcelo Ramos (PSD-AM) foi destituído da vice-presidência da mesa diretora da Câmara dos Deputados. A decisão é do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). “Não ligo pra cargo se o preço for meu silêncio em relação a inflação que está tirando o direito do pobre de comer, de comprar o gás, de pagar a conta de energia”, postou Ramos em sua conta no Twitter.

De acordo com a decisão de Moraes, o cargo de vice-presidente da Câmara ocupado por Marcelo Ramos estava vinculado ao seu antigo partido, o PL, pelo qual foi eleito para ocupar a cadeira. Com a chegada do presidente Jair Bolsonaro ao partido, o deputado deixou o PL.

Com a entrada de Ramos no PSD, ele fez um acordo com o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, para que permanecesse como vice-presidente da Câmara. Mas, o acordo não foi cumprido depois que o nome do deputado foi retirado da mesa diretora.

Segundo Marcelo Ramos, a sua destituição do cargo é estimulada por pressão de Jair Bolsonaro ao presidente da Câmara, Arthur Lira (“Pressão do PL, não. Pressão do Presidente da República que deu uma ordem ao Presidente da Câmara por uma live.”), e se o deputado continuasse com suas críticas ao presidente da República também poderia perder o cargo.

“Alguns achavam que me chantageavam quando sugeriram meu silêncio nas críticas ao presidente e na defesa do Amazonas para que não me retirassem da vice-presidência da Câmara em um gesto ilegal, arbitrário e antidemocrático. Não me conhecem!”, postou o deputado.

“A vice-presidência da Câmara não vale minha omissão aos ataques do governo federal a ZFM, que atingem os empregos dos amazonenses, as escolas dos amazonenses, os hospitais dos amazonenses, a Universidade do Estado do Amazonas, os recursos destinados ao interior do Amazonas”, escreveu. “Eu não sou homem de trocar cargo por silêncio. Não troco meu dever de defender 19 milhões de brasileiros, sendo 5 milhões de crianças, que passam fome, 12 milhões de brasileiros desempregados, por cargo.”

Ainda em suas postagens no Twitter, Marcelo Ramos afirma que respeita a decisão do ministro Alexandre de Moraes. “Quero dizer que respeito e cumpro a decisão do Ministro Alexandre de Moraes que, não julgou o mérito, mas a incompetência do TSE. Eu sou um democrata e jurei a Constituição, defendo as decisões judiciais até quando discordo delas.”

As eleições internas para escolher o substituto de Marcelo Ramos já foram convocadas por Athur Lira.

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