Pastor suspeito de envolvimento em corrupção no MEC visitou o Planalto 35 vezes, aponta banco de dados

Os pastores Arilton Moura e Gilmar Santos são investigados por suposta atuação como lobistas no MEC. Foto: Divulgação

O banco de dados do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República divulgou hoje (14) que estão registrados 35 acessos do pastor Arilton Moura a gabinetes do Palácio do Planalto. Os acessos aconteceram desde o início do governo de Jair Bolsonaro.

Arilton Moura é um dos nomes envolvidos em suposto esquema de corrupção no Ministério da Educação (MEC).

De acordo com o banco de dados, o pastor visitou 27 vezes o Palácio do Planalto em 2019, uma vez em 2020, cinco em 2021 e duas vezes em 2022. Do total de 35 acessos, seis ocorreram depois de o MEC comunicar à Controladoria-Geral da União (CGU) um pedido de apuração sobre suspeitas de propina na pasta.

O pator esteve na Casa Civil, na Secretaria de Governo, no gabinete responsável pela agenda do presidente Jair Bolsonaro e no gabinete do vice-presidente da República, Hamilton Mourão.

Outro pastor que estaria envolvido no esquema, Gilmar dos Santos, acompanhou Arilton Moura nessas visitas a gabinetes e seus acessos foram registrados 10 vezes.

Arilton Moura e Gilmar dos Santos são investigados por suposta atuação como lobistas no MEC.

Em março, foram publicadas as primeiras reportagens que apontaram supostas irregularidades no MEC, até então chefiada pelo ex-ministro Milton Ribeiro.

Em audiência pública na Comissão de Educação do Senado, prefeitos de três municípios confirmaram aos senadores que foram abordados por pastores que pediam o pagamento de propina em troca da liberação de verbas do MEC. A intermediação, segundo eles, teria sido feita pelos pastores Arilton Moura e Gilmar Santos, ligados à Igreja Ministério Cristo para Todos, de Goiânia (GO).

Segundo as denúncias, mesmo sem cargos formais, os pastores tinham livre trânsito no ministério e intermediavam os pleitos de prefeituras junto a Milton Ribeiro. O ministro deixou o comando da pasta após a divulgação de áudios em que ele afirma dar “prioridade” no repasse de verbas do FNDE aos “prefeitos que são amigos do pastor Gilmar Santos”. Ribeiro diz que a prioridade atende a um pedido do presidente Jair Bolsonaro.

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