
Meninos de Manicoré perdidos na mata, em foto desta sexta, no hospital Joãozinho

Como eles chegaram, após 27 dias perdidos na mata

Como eles eram antes
Os dois meninos de Manicoré, encontrados desnutridos, após 27 dias perdidos na Floresta Amazônica, sobreviveram comendo sorva. Foi o que eles contaram à mãe, dona Rosinete da Silva Carvalho. Glaucon e Gleison Carvalho Ferreira, 7 e 9 anos, conheciam a fruta porque o irmão mais velho trazia sacas para casa, no retorno das caçadas. O depoimento dela foi obtido pela Rede Amazônica.
Os dois se perderam no dia 18/02 e foram encontrados em 17/03, por um morador que estava serrando madeira. Indígenas da comunidade Capanã Grande ajudaram nas buscas e circulou a informação, já corrigida, de que eles eram índios.
Transferidos em UTI Aérea, na quarta (16/03), estão internados no Hospital da Criança, em Manaus, em enfermaria, conforme a diretora da unidade, Liege Menezes.
A equipe médica que cuida dos pequenos é comandada pelo pediatra Eugênio Tavares. Ele informou, em boletim, que “estão em transição da dieta líquida para gasosa e precisam ganhar 50% do peso original, antes de voltar para Manicoré”.
Sorva

A árvore da sorva, encontrada no quintal da Casa Tika, em Novo Airão. Foto: Marcos Santos

A sorva, fruto que evitou um mal ainda maior para as crianças
A sorva, que segundo a Wikipedia teria sido originada na Ilha da Madeira, é endêmica praticamente em toda a Região Norte do Brasil.
Com a informação de que os meninos se alimentaram dela, alguns meios de comunicação chegaram a dizer que só aparece em “mata densa”. Não é verdade. O portal encontrou um exemplar da sorva na Casa Tika, em Novo Airão, disponível para aluguel no AirBnb, que fica na Zona Urbana. Há vários outros em terreno contíguo, ainda não ocupado.
Também foi publicado que a árvore chega, no máximo, a três metros de altura. Pode ser muito maior, como o exemplar exposto nesta página.
O fruto tem alto teor de gordura e carboidrato. É substancial fonte de energia para o corpo.
A Amazônia, enfim, é um caso a ser melhor estudado e conhecido. Por brasileiros de outras regiões e até mesmo por amazônidas.
Muito triste ver as coisas que está acontecendo no mundo