Projeto do HPS Platão Araújo para desospitalização com assistência domiciliar deve ser adotado por outros hospitais

O Platão Araújo, em agosto deste ano, foi o primeiro hospital a aplicar o protocolo de Internação Domiciliar e Terapia Antimicrobiana Parental. Foto: Divulgação

A experiência exitosa que vem ajudando a reduzir a ocupação de leitos no Hospital e Pronto-Socorro (HPS) Platão Araújo, localizado na zona Leste de Manaus, pode ser ampliada para outros hospitais da rede estadual. O projeto, que adota protocolos de desospitalização com assistência domiciliar supervisionada, foi apresentado nesta quinta-feira (21/10) para diretores e técnicos de unidades de saúde vinculadas à Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas (SES-AM).

O HPS Platão Araújo, em agosto deste ano, foi o primeiro hospital a aplicar o Outpatient Parenteral Antimicrobial (OPAT) – Internação Domiciliar e Terapia Antimicrobiana Parental –, um protocolo internacional que busca solução para pacientes em acompanhamento clínico.

O programa consiste em manter o paciente internado, porém, na comodidade do seu lar, indo à unidade de saúde para avaliações médicas e medicação ministrada pelos profissionais do hospital. Esse procedimento é adotado apenas em casos que necessitam de acompanhamento médico, mas dispensam internação convencional.

O projeto que adota protocolos de desospitalização foi apresentado para diretores e técnicos de unidades de saúde vinculadas à SES-AM. Foto: Divulgação/Geraldo Farias/SES-AM

A secretária executiva de Assistência à Capital, da SES-AM, Mônica Melo, afirmou que a ideia foi uma alternativa que teve resultado positivo e que deve ser adotada por outras unidades para evitar superlotação, tendo pacientes que podem ser acompanhados de casa.

“Essa foi uma inovação que deu certo. Imagina hoje se o Platão Araújo, com a taxa de ocupação que tem, se eles ainda tivessem mais 50 pacientes aqui dentro? Teríamos uma superlotação. Então, hoje, a unidade tem uma média de 50 pacientes sendo atendidos por uma equipe multidisciplinar nesse atendimento à distância e que se precisar também se desloca até a casa do paciente”, comenta Mônica Melo.

Técnicos da SES-AM, a área de urgência e emergência, junto com a assistência especializada e diretores das unidades de média e alta complexidade, participaram da reunião de exposição dos resultados deste protocolo de desospitalização e a partir de agora vão trabalhar para que seja adotado em demais unidades da rede e posteriormente para a atenção básica.

Pacientes falaram da experiência com o atendimento recebido com o protocolo de desospitalização. Foto: Divulgação/Geraldo Farias/SES-AM

Durante a apresentação, pacientes falaram da experiência com o atendimento recebido com este protocolo de desospitalização, através de depoimentos em vídeos e por mensagens.

“Essa experiência é um modelo totalmente inovador. Começou com o Platão e hoje esse evento aqui com diretores de outras unidades e gestores da SES, tem por finalidade discutir e matriciar para as demais unidades da rede.”, disse a diretora do HPS Platão Araújo, Aída Cristina Tapajós.

Assistência

Em 60 dias de aplicação deste protocolo de desospitalização, o HPS Platão Araújo atendeu 165 pacientes, 140 com perfil cirúrgico e 25 com quadro clínico. Destes, 120 já receberam alta, percentual de 72,7%.

Além da redução da taxa de ocupação hospitalar, existem benefícios para a rotatividade de leitos e economia com diárias e alimentação.

A economia, em 60 dias, chegou a ser de R$ 338,5 mil, com projeção de chegar a mais de R$ 2 milhões em um ano. Os pacientes acolhidos com base neste protocolo demonstraram satisfação de 100% com o atendimento inicial recebido e de 97,1% no acompanhamento domiciliar. Ainda existe uma média de satisfação de 70% a 80% na realização de exames, uso de medicamentos e aguardo por cirurgia.

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