Lula e Bolsonaro dividem políticos no Amazonas e encabeçam chapas

Lula e Bolsonaro

Lula e Bolsonaro, a caminho da polarização na disputa da Presidência, estão sendo disputados pelos políticos amazonenses

O ex-presidente Lula, habilitado a disputar em 2022, e o presidente Jair Bolsonaro já dividem os políticos amazonenses. De um lado, os senadores Eduardo Braga (MDB-AM) e Omar Aziz (PSD-AM) sonham em repetir a chapa de 2010. Foi quando Omar se elegeu governador, Braga senador e Dilma presidente. Agora Braga disputaria o governo do Amazonas, Omar a reeleição e Lula a Presidência. Bolsonaro, de outro lado, mantém a tradicional disputa entre os “bolsonaristas” de plantão. E o título de Cidadão do Amazonas, oferecido pela Assembleia Legislativa, mostra que deputados estaduais engrossarão o cordão. Bolsonaro e Lula, pelo que tudo indica, serão o centro da bipolarização que se desenha para a disputa presidencial do ano que vem.

 

Omar e Braga

Os senadores Omar Aziz e Eduardo Braga estão cada vez mais próximos. Trabalham, febrilmente, junto às prefeituras do interior. Tentam anular a influência do governador Wilson Lima. Os dois sonham surfar na dobradinha com Lula. De quebra, com o precedente jurídico da inocência, aberto por ele junto ao Supremo Tribunal Federal (STF), os dois ganhariam uma espécie de salvo-conduto em relação às acusações da Lava Jato.

 

E os russos?

A chapa Lula-Braga-Omar parece ter sucesso líquido e certo. Os senadores trabalham prefeitos do interior, com esse argumento, na busca de alianças. Garrincha, lembram?, quando o técnico da Seleção pediu que driblasse o lateral, fosse à linha de fundo e cruzasse na cabeça de Vavá perguntou: “O senhor já combinou com os russos?”. Combinaram?

 

Wilson Lima

O governador Wilson Lima, por seu turno, começou a se movimentar. Tem agenda de visita ao interior cada vez mais intensa. O único governador pós-redemocratização a perder eleição no cargo foi Amazonino Mendes. Mas estava com a caneta há apenas um ano e meses. Wilson tem demonstrado apetite na dura missão de aparar arestas. Conseguiu afastar os fantasmas de impeachment, pela Assembleia e pela Justiça, revertendo expectativas. Como, para ele, a reeleição está em curso, trabalha contra o tempo.

 

Pandemia

Uma terceira onda de coronavírus pode mexer no quadro eleitoral do Estado. Prefeituras e Governo do Estado trabalham para evitar serem pegos, outra vez, de calça curta. E desta vez será decisivo.

 

Disputa no Bolsa-Família

O presidente Jair Bolsonaro e Lula, muito claramente, bem antes de o ex-presidente ser inocentado, lutam pelo lumpesinato. Não é à toa que Bolsonaro promoveu o auxílio emergencial da pandemia a partir do cadastro do Bolso-Família

 

Disputa no Bolsa-Família (2)

Bolsa-Família virou, definitivamente, um tabu. Nenhum político, de esquerda ou direita, soltou um ai contra os critérios do auxílio. Se o objetivo era “amparar quem sofreu mudança de ganho com a pandemia” e o Bolsa-Família não foi interrompido, por que auxiliar os beneficiários? Bolsonaro não só entrou nesse nicho como, por alguns meses, surfou na popularidade entre os beneficiados. Ninguém reclamou para não perder votos.

Lula e a estrutura

O ex-presidente Lula vai disputar, depois de anos, uma eleição sem a, digamos, “estrutura” governamental. Em 2002, quando Fernando Henrique era presidente, ele surfou no desgaste dos oito anos dos tucanos. A partir de então, governadores e prefeitos estavam aos pés do petismo. Partidos aliados, como o PCdoB, cobravam o “dízimo” dos filiados, empoleirados na máquina estatal. No Amazonas, o ex-presidente chegou perto da unanimidade.

 

Camaleão

Jair Bolsonaro chegou à Presidência prometendo não fazer concessão. Falou, ameaçou, mas acabou recuando, na prática, nas medidas mais impopulares. Depois fez acordo com o Centrão. Nesta quinta (22/04), no pronunciamento na Cúpula de Líderes sobre o Clima, mudou o discurso ambiental. Depois de trocar cinco superintendentes da Polícia Federal, que entrou em rota de colisão com o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Sales, prometeu aumentar o financiamento dos órgãos de fiscalização. Resta saber se ainda há tempo para esse “efeito camaleão”. Ou se os danos à imagem do presidente tornaram-se irreparáveis.

 

Bolsonaro em Manaus

O presidente Jair Bolsonaro recebe, nesta sexta (23/04), na Assembleia Legislativa, o título de Cidadão do Amazonas. A comenda foi aprovada com o único voto contra de Serafim Corrêa. Pressionados, mais cinco deputados retiraram o voto. Homenagem desse porte, principalmente à mais alta autoridade do País, costuma passar por unanimidade. Ou acaba virando presente de grego.

 

Título pode virar fumaça?

A visita do presidente, longe da unanimidade, provocou devoluções da mesma comenda, por agraciados anteriores. Todos são ligados à esquerda, mas o gesto não deixa de ter peso. E os votos retirados deixaram o título, perigosamente, perto do número mínimo. Se mais um deputado resolver retirar o nome e o número de favoráveis cair para 12, a comenda estará reprovada? Essas homenagens precisam de maioria simples, que é de 13 votos, o número atual. Ocorre que a votação  aconteceu e os votos foram registrados. Não dá mais para voltar atrás. É fato consumado. Bolsonaro recebe o título amanhã, no Vasco Vasques, e ponto final.

 

Vasco Vasques

A esperada ampliação do Centro de Convenções Vasco Vasques é a peça de resistência da visita do presidente a Manaus. A ex-presidente da Amazonastur Lene Medeiros, que suou para tirar do chão a obra, estará entre as homenageadas. Ela agora é secretária extraordinária do Estado, trabalhando ao lado do governador Wilson Lima.

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