Variante do coronavírus no Amazonas é estudada em Oxford

Variante do coronavírus no Amazonas é estudada em Oxford

Variante do coronavírus no Amazonas é estudada em Oxford. Foto: Divulgação

O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, disse nesta terça-feira (26/1), em Manaus, onde está desde o último sábado (23), que a variante do coronavírus encontrada no Amazonas está sendo estudada pela Universidade de Oxford, na Inglaterra. A nova cepa identificada no estado tem preocupado autoridades do Brasil e de fora, por ter uma maior taxa de transmissibilidade.

“Essa cepa que está sendo estudada aqui em Manaus, nós estamos observando que é uma cepa diferente. E essa cepa está sendo estudada em Oxford. Mandamos todo o material coletado para a Inglaterra para que a gente tenha uma posição exata sobre o grau de contaminação e agressividade dessa nova cepa”, afirmou.

Variante

Pazuello atribuiu o colapso do sistema de saúde em Manaus à junção do salto de infecção visto no Amazonas no começo de janeiro com os deficits vistos na região. Segundo o general, a alta de contaminados vista no começo do mês “foi uma situação completamente desconhecida para todo mundo”.

“A tendência é que seja uma cepa que contamina mais, mas com um grau de agressividade semelhante ao anterior. Mas é no número de contaminados, na propagação, que ela faz a diferença, somando essa diferença aos gargalos que eu acabei de apresentar, nós chegamos à situação de Manaus”, afirmou.

Entre os problemas citados pelo ministro, encontrados em Manaus, estão o desabastecimento de oxigênio, o baixo quantitativo de leitos e falta de profissionais disponíveis. “São gargalos de décadas, mas eles são reais”, disse o general, que indicou que a situação foi agravada pela situação epidemiológica encontrada no Amazonas.

OMS

Diferentemente do que é sustentado por Pazuello, o diretor-executivo do Programa de Emergências em Saúde da Organização Mundial da Saúde (OMS), Michael Ryan, ressaltou no último dia 15 que não se pode dizer que a situação alarmante em Manaus é provocada pela nova variante de coronavírus que foi identificada no Amazonas.

“A redução do distanciamento social, a fadiga, a exaustão de ter que lidar com essas medidas estão levando a isso. E nós estamos entrando em ondas que, como pode ser visto no caso de Manaus, o sistema de saúde já havia sido enfraquecido por outras ondas. E, assim, é mais difícil sofrer um segundo e terceiro socos. A situação é difícil, e nesse caso, não é uma nova variante levando a esse [aumento] de transmissão. Novas variantes podem ter um impacto, mas é muito fácil só colocar a culpa na variante e dizer que foi o vírus que fez isso”, afirmou Ryan.

Cepa amazonense

Esta nova cepa amazonense foi identificada primeiro por pesquisadores japoneses. No último dia 13, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) publicou uma nota técnica sobre a nova variante, apontando que “os estudos sugerem que as cepas, detectadas em viajantes japoneses que tinham passado pela região amazônica, evoluíram de uma linhagem viral no Brasil, que circula na Amazônia”.

Um dia depois de ver o colapso da rede de saúde e a crise da falta de oxigênio atingir a cidade de Manaus, no dia 14, o Ministério da Saúde informou que foi notificado no dia 13, pelo governo do Amazonas sobre a confirmação de uma reinfecção de covid-19 pela nova cepa variante de coronavírus identificada primeiro por pesquisadores japoneses, mas originária de Amazonas.

Conforme a pasta, a Fiocruz identificou uma variante do vírus em uma mulher de 29 anos com sintomas leves da covid-19, diagnosticada em dezembro do ano passado. Ela já havia tido covid-19 em março. De acordo com o ministério, a “análise realizada mostrou um padrão de mutações, compatível com a variante do vírus SARS-CoV-2, identificada recentemente pelo Ministério da Saúde do Japão”.

O estado tem 11 linhagens do novo coronavírus circulando, segundo levantamento feito pela Fiocruz.

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