Carretas com oxigênio estão no atoleiro da BR-319, a estrada que o Brasil negou ao Amazonas

Carretas com oxigênio estão no atoleiro

Carretas com oxigênio estão no atoleiro, na BR-319 (Manaus-Porto Velho), um legado vergonhoso do País aos brasileiros do Amazonas e Rondônia. A foto é de hoje (21/01), por volta das 16h

As quatro carretas que trazem oxigênio para Manaus, via BR-319 (Manaus-Porto Velho), enfrentam o atoleiro característico da rodovia federal. Elas estão sendo acompanhadas por tratores, disponibilizados pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), responsável pela manutenção da estrada, para continuar a viagem.

A estrada, asfaltada na década de 1970, não tem mais asfalto por pressão ambientalista. O lobby ambiental conseguiu impor a ideia de que a rodovia nunca existiu e precisa ser tratada pela legislação ambiental como se estivesse sendo construída agora. Na falta de oxigênio em Manaus, quando número ainda não divulgado de pacientes morreram asfixiados, por falta de oxigênio, a rodovia teria sido fundamental para salvar vidas. Na falta da opção terrestre, o produto só pode chegar à cidade via aérea, em quantidades menores, ou fluvial, que leva bem mais tempo.

As carretas, com cerca de 100 mil metros cúbicos (m3), são fundamentais para evitar mais mortes em Manaus. A segunda onda da pandemia de coronavírus aumentou de 15 mil m3, no pico da primeira onda, para 76,5 mil m3 o consumo diário de oxigênio na capital amazonense. O País inteiro se mobiliza, com gestos emocionantes, para ajudar o Amazonas, mas a logística se mostra um grande obstáculo.

O comboio saiu de Porto Velho ontem (20/01) e deve levar 36 horas para percorrer os 840 quilômetros da rodovia, até o porto do Careiro da Várzea. De lá serão embarcados em balsa e farão a travessia dos rios Solimões e Negro, até a Ceasa, em Manaus. A mesma viagem, se fosse feita pelo rio Madeira, em balsa, levaria seis dias.

 

Atoleiro

As carretas encerraram o dia à altura do KM-470, nesta sexta (21/01), sendo acompanhadas por um comboio com seis viaturas da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e as duas retroescavadeiras do DNIT. “O comboio ainda não chegou ao trecho mais crítico”, diz André Marsílio, presidente do grupo Amigos da BR-319.

O DNIT, segundo o superintendente em Rondônia, André Lima, mobiliza 220 trabalhadores na manutenção da BR-319, desde o dia 14/01. Apesar disso, nesta quinta (21/01), vídeos do “Amigos da BR-319” mostram carros atolando na rodovia, à frente das carretas. E a lentidão com que avançam, rumo ao salvamento das vidas amazonenses.

“O transporte do oxigênio pela BR-319 teria sido muito mais rápido e eficiente, no salvamento de vidas, do que as opções aérea e fluvial. Sem contar que, no dia a dia, há milhares de brasileiros que utilizam a rodovia, colocando em risco a própria vida. E os Municípios de Humaitá, Borba, Manicoré, Careiro Castanho, Manaquiri, Autazes e Careiro da Várzea, diretamente ligados à rodovia, precisam muito dela. É uma questão de sobrevivência e dignidade. Quem é contra a estrada condena essa gente a uma condição de sub-brasileiros”, diz André Marsílio.

VEJA O VÍDEO QUE MOSTRA TRECHO ONDE AS CARRETAS AINDA VÃO PASSAR E O MOVIMENTO DELAS NA BR-319

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1 comentário

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  1. Paulo Andrade disse:

    Como blog tem uma altissima nota de confiança, externe nossa revolta e repúdio à principal (ir)Resposável por não estar a Br 319 pronta, a acreana Marina Silva. Será que estás dormindo bem Marina?