Unidades trabalham no gargalo e já há 376 profissionais de saúde afastados. Veja vídeo do SPA do Alvorada

“As unidades de saúde estão trabalhando na capacidade máxima”, por causa do Covid-19. A afirmação foi feita pela secretária estadual de Saúde, Simone Papaiz, durante live. Ela respondia pergunta sobre vídeo em que populares, desesperados, pediam socorro para alguém em cadeira de rodas. O fato teria ocorrido no Serviço de Pronto-Atendimento (SPA) do Alvorada (veja, abaixo).

Papaiz informou que, no SPA do Alvorada, há 52 profissionais atestados com o Covid-19. Todos estão afastados do trabalho.

Os profissionais de saúde estão sendo duramente atingidos pela pandemia. Já são 376 afastados pela doença, segundo a secretária, 56 médicos, 69 enfermeiros e 154 técnicos de enfermagem.

A presidente da Fundação de Vigilância em Saúde (FVS), Rosemary Costa Pinto, revelou que 430 pessoas saíram do período de transmissão da doença. “Se eles trabalham em atividades essenciais já podem voltar ao trabalho”, disse.

Nas últimas 24 horas o Amazonas acrescentou 88 novos casos de Covid-19 confirmados. O total agora é de 1.897 casos confirmados, sendo 1.593 em Manaus (83%) e 304 no interior, em 23 Municípios. Só Manacapuru agora tem 177, 9,33% do total. A cidade, ligada a Manaus pela rodovia AM-070, tem também dez óbitos pela doença.

Há 156 pacientes internados, 68 em leitos clínicos e 88 em UTIs, também com diagnósticos confirmados. O total é de 525 internados, 367 em leitos clínicos e 158 em UTIs.

O Amazonas tem, até este sábado (18/04), 161 óbitos por Covid, o que representa letalidade de 8,49%, acima da média mundial. Ocorreram 20 óbitos nas últimas 24 horas.

 

Pico ainda não chegou

Rosemary reconhece que o Estado ainda não atingiu o pico da doença. “Vamos ter muitas dificuldades nas próximas semanas”, avisa. Ela disse que, infelizmente, as previsões não são otimistas.

 

Providências

O Governo do Estado iniciou o funcionamento do hospital Nilton Lins, antigo pronto-socorro da Unimed. A inauguração ocorreu neste sábado, pelo governador Wilson Lima. O funcionamento pleno da unidade, no entanto, se dará paulatinamente. São 66 leitos operando agora, de 400 previstos, sendo 16 de UTI.

O hospital de Campanha Municipal Gilberto Novaes, na Zona Norte, tem hoje 18 leitos de UTI, todos ocupados. “Vamos ampliar, à medida que os equipamentos forem sendo adquiridos”, disse o secretário municipal de Saúde, Marcelo Magaldi.

A Prefeitura anunciou a contratação, emergencial, de 320 profissionais de saúde.

Veja, abaixo, a explicação da Susam sobre o afastamento de profissionais de saúde:

Nota da Susam

A Secretaria Estadual de Saúde do Amazonas esclarece que o avanço da pandemia de coronavírus no Estado e o aumento rápido do número de casos sobrecarregou os serviços de saúde. Além da limitação de leitos, a capacidade de atendimento dos serviços de urgência e emergência está sendo afetada pelo afastamento de profissionais de saúde.

São 983 afastamentos por atestado médico, sendo que a grande maioria se afastou após o registro dos primeiros casos do novo coronavírus no Estado e nem todos por suspeita ou confirmação da doença.

Conforme levantamento da Fundação de Vigilância em Saúde (FVS), 376 profissionais testaram positivo para o novo coronavírus, dos quais 56 médicos, 69 enfermeiros e 154 técnicos de enfermagem. Também há registro de médicos terceirizados que estão faltando aos plantões, sem reposição pelas empresas contratadas para prestar o serviço.

Esta semana o Governo do Amazonas passou a realizar o agendamento on line e criou um sistema de atendimento específico para a aplicação de testes rápidos nos profissionais de saúde e um melhor acompanhamento dos casos de afastamento.

Para suprir a falta de profissionais, o governo está convocando 517 profissionais de saúde aprovados no concurso do Corpo de Bombeiros e abriu processo seletivo para contratar 704 técnicos de enfermagem. O Estado está pedindo reforços do Governo Federal que acaba de enviar 16 voluntários do programa Brasil Conta Comigo e ficou de mandar mais reforços, tendo em vista que o desafio também é a falta de profissionais especialistas no Amazonas, na quantidade exigida em razão da sobrecarga de demanda.