PF e SSP temem pela mulher de João Branco, presa, e reforçam segurança para trazê-la a Manaus

PF e SSP temem pela mulher de João Branco, presa, e reforçam segurança para trazê-la a Manaus

PF e SSP temem pela mulher de João Branco, presa, e reforçam segurança para trazê-la a Manaus. Foto: Divulgação

Sheila Maria Faustino Peres, mulher do narcotraficante João Pinto Carioca, o João Branco, presta nesta quarta-feira (10), pela Polícia Federal, no posto de imigração do aeroporto internacional de Guarulhos, em São Paulo, tem previsão de chegar a Manaus entre sábado (13) e domingo (14).

Seu transporte até Manaus tem aparato da Polícia Federal e reforço especial das forças de segurança do Estado, em razão as informações sobre facções criminosas que possa ter.

PF e SSP

Conforme fontes da polícia ouvidas pelo Portal Marcos Santos, a expectativa é grande quanto a um depoimento de Sheila para PF e SSP. Também é grande o receio de um possível ataque de rivais, numa possível “queima de arquivo”. Ambos reforçam o aparato para sua transferência, cujos detalhes correm em sigilo.

A mulher de João Branco é apontada como o elo e responsável por colocar em prática um suposto plano para desmantelar a cúpula da facção criminosa Família do Norte (FDN), que resultou na morte de 55 detentos em quatro penitenciárias do Amazonas, em maio deste ano.

Mulher do narcotraficante

As forças de segurança do Estado haviam colocado nos mecanismos de busca e procura da Interpol um mandado de prisão contra a mulher do narcotraficante.

Ela foi apontada, a partir de várias mensagens interceptadas, salves de facções e de conversas, como uma das articuladores do racha entre João Branco e José Roberto Fernandes Barbosa, o Zé Roberto da Compensa. Ambos cumprem pena em presídios federais.

A mulher de João Branco e o traficante “Coquinho”, apontando como líder do tráfico no bairro Santa Luzia, na Zona Sul, e homem de confiança de “JB”, são citados como aliados do narcotraficante no golpe. Em vídeos divulgados após a rebelião, internos falam sobre  a mulher. Ela seria uma das mandantes das execuções.

Ordens do marido

Sheila seria responsável por levar as ordens do marido aos aliados. Há um tempo, o narcotraficante tem uma identidade própria dentro da facção, chamada de FDN Pura e Potência Máxima.

Setores da inteligência do sistema de segurança já tinham informação da instabilidade nas unidades e não ocorreram mais mortes porque os presos estavam na tranca.

O sistema prisional ainda está sob intervenção, incluindo Instituto Penal Antônio Trindade (Ipat), Centro de Detenção Provisória Masculino (CDPM 1), Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj) e Unidade Prisional do Puraquequara (UPP). Todos os detentos mortos tinham indícios de asfixia.

Motivação

Vários salves de facções criminosas, da FDN e do Comando Vermelho (CV), divulgados desde o início das mortes, buscam atribuir responsabilidade e motivação à série de mortes nos presídios.

Vídeos gravados de um homem identificado como Magdiel Barreto Valente, vulgo “Magnata”, mostram parte de um suposto complô armado por membros da própria FDN que teria resultado nas 55 mortes nas cadeias.

Guerra declarada

Fontes da segurança pública confirmam um racha na facção, uma guerra declarada pelo controle no topo do tráfico entre os fundadores da organização criminosa, José Fernandes Barbosa da Silva, o Zé Roberto da Compensa, ou Mano Z, e o narcotraficante João Pinto Carioca, o João Branco. Ambos estão em presídios federais.

Nos vídeos, “Magnata”, que aparece amarrado e com marcas de tortura, conta as relações perigosas que teriam levado a mulher de João Branco, Sheila Faustino Peres, a iniciar os ataques que derem origem aos novos massacres.

Sheila é a mulher que teria motivado a morde do delegado de Polícia Civil, Oscar Cardoso, no dia 9 de março de 2014. O narcotraficante foi acusado, na Justiça, de ser o mentor da execução do delegado.

Tribunal de rua

Ele foi denunciado pelo Ministério Público Estadual, que aponta que o crime foi motivado pelo torpe sentimento de vingança, visto que João Branco entendia que um grupo de policiais presos na operação “Tribunal de Rua”, comandado pelo delegado Cardoso, teria sequestrado, extorquido e estuprado Sheila Faustino Peres, em 2013.

Citada como a terceira maior facção criminosa em estrutura no País, a FDN foi apontada também como fomentadora e executora das 56 mortes em 2017, em confronto com o Primeiro Comando da Capital (PCC).

Além do racha interno, a facção ainda teria no seu calcanhar o CV, que busca comandar o tráfico na cidade. A ordem para a matança teria partido de Sheila, com aliados, e colocaria João Branco contra Zé Roberto, em um novo capítulo bastante sangrento.

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