
Foto: Reprodução/Facebook
O descumprimento de um contrato de negociação de uma dívida de R$ 8 milhões foi o ápice da novela entre Tropical Hotel Manaus e Amazonas Energia. Oito meses depois de ficar às escuras, o Tropical Hotel teve a energia elétrica cortada pela concessionária na última sexta-feira (10).
Dias após o corte, o hotel resolveu suspender suas atividades por tempo indeterminado. O resort, que está localizado em um bairro nobre da zona oeste de Manaus, até tentou funcionar com o gerador, mas o sistema sobrecarregava diariamente, impossibilitando o funcionamento das atividades de hotelaria no local.
Demissões
Alguns funcionários que não quiseram se identificar informaram que muitas demissões já vem acontecendo no hotel e que há muitos dias o hotel vinha em um processo de tentativa de economia nos gastos com energia.
O Sindicato dos Empregados do Comércio Hoteleiro do Estado do Amazonas (SindHotel-AM) estima que cerca de 80% dos profissionais da empresa devem ser dispensados.
Falência negada
A assessoria do hotel em Manaus negou que o resort esteja em processo de falência. O hotel está passando por um processo de readequação e a previsão é que em mais ou menos uma semana volte às atividades.
Corte já ocorreu
A novela entre Tropical Hotel e Eletrobras Distribuição Amazonas levou a suspensão de energia no dia 30 de agosto do ano passado. Por uma ordem judicial, a rede hoteleira conseguiu restabelecer o serviço no resort. Para religar a luz, na época, foi preciso desligar temporariamente o fornecimento a 1.283 vizinhos do local, ou seja, unidades consumidoras.
20 anos
Em nota, a Amazonas Energia informou que há mais de 20 anos ocorrem diversas tentativas de negociações com a rede hoteleira, sem sucesso. E, suspensões de fornecimento de energia elétrica do hotel, por não cumprimento dos acordos, ocorreram por diversas vezes, ao longo dos anos.
A última negociação ocorreu em abril de 2019, quando a Amazonas Energia concedeu desconto de 60% sobre o valor de uma dívida de mais de R$ 20 milhões. O acordo, que previa o pagamento de R$ 8 milhões, pelo Tropical Hotel, também não foi cumprido.
Inadimplência
Desde o ano de 2018 até o presente momento, foram realizados três cortes por inadimplência, entretanto a distribuidora realizava o religamento mediante liminares.
Conforme nota da Amazonas Energia, todo o procedimento realizado foi feito de forma legítima, obedecendo às regras contidas na Resolução 414/2010 da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) – (art. 172), que autoriza a suspensão no fornecimento de energia para todas distribuidoras de energia do país, em caso de inadimplemento.
Ainda segundo o comunicado, “é importante salientar que o não pagamento das faturas de energia elétrica implica em prejuízos principalmente para toda à sociedade, pois implica na redução da capacidade, expansão e qualidade de energia em todo o Estado”.
Veja o vídeo
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Reportagem: David Batista
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